A p a r ê n c i a
UMA das maiores obsessões da sociedade consumista é, sem dúvida, o culto à aparência. Quase todos querem ser bonitos, elegantes, atléticos, charmosos, carismáticos, imitações gambiarras das chamadas celebridades. Detalhe: não se imitam em imitar ou desejar possuir apenas a aparência física, mas também a possuir a mesma linguagem e os mesmos trejeitos, tiques, manias dessas celebridades cafonas.
Na verdade, grande parte das pessoas está alienando e renunciando à sua própria maneira de ser,descartando a sua personalidade, anulando, não raro, o seu caráter. Alguns estão jogando na lata do lixo a sua identidade e história de vida.
Vejam bem, eu não sabia, um amigo me contou, que existe até escolas para mudar o jeito de ser das pessoas, inclusive a linguagem, gestos, enfim, para transformá-las em outras pessoas. Não, não sou contra a vaidade de ninguém, mas quando isso é algo natural e não uma obsessão.Porque iria ser contra a vaidade natural das mulheres? Ou mesmo dos homens? Mas mudar de personalidade, de jeito de ser, de linguagem? Também não acho correto um idoso fantasiado de garotão, assim como deploro uma idosa vestida de mocinha.
Quanto às plasticas acho correto, se a pessoa tem um defeito físico e hpa condições de eliminá-lo mediante plástica, que faça, mas acho estranho e me espanta ver pessoas com os rostos lidos como se houvesse passado o ferro de engomar quente neles e com aqueles sorrisos eternos tristes. Admito estar sendo politicamente incorreto.
Vou concluir com o que disse Eduardo Galeano sobre a aparência:
"Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais que o corpoe a missa mais que Deus". Bingo. Inté.