ESTÁ TUDO SOB NOSSOS OLHOS.

“Quero passear no mundo crendo no que creio, sem invadir o sacrário da crença de terceiros e vendo meu arquivo interior blindado à cegueira de opiniosos, que estão ou assim se acham ao largo da Ágora que faz crescer e edifica. ESTÁ TUDO SOB NOSSOS OLHOS. Faz tempo. Nada a acrescentar, Celso.”

Em comentário a breve crônica minha, o amigo Bernard, itera o que escrevi.

Hoje recebo convite de minha filha para ir ao seu sítio dentro da cidade praticamente, participar de pequena feijoada da família, onde estão todos os que mais amo, local maravilhoso onde meu genro cultiva e armazena plantas. É paisagista. Fica a uns oito quilômetros de onde moram ela e eu, da praia ao mato. Minha mulher recuou, as netas voam para cima de nós. Já vivemos essa prisão dos sentimentos. É bastante e de alto sacrifício.

E lembro o “quero passear no mundo crendo no que creio”. E creio exclusivamente nisso, no amor. Passear hoje me basta estando com minha família ao alcance de minhas mãos, pelo menos de meus olhos já que fugidio por proibido o abraço, e o beijo.

Já passeei demais, tinha e tenho o micróbio da curiosidade em minhas veias a rodar mundo, e não descarto nunca alçar voos, o último em novembro.

Mas o que interessa mais do que estar liberto, sem amarras às instituições sejam quais forem, ou às razões fortificadas no "eu mesmo", sem oxigenação da travessia das variantes e concorrentes?

Só o amor, um tanto/muito algemado fisicamente.

Paro de carro em frente às casas de minhas filhas e conversamos na rua. Meu filho mora na serra, difícil a não ser por vídeo ver conversando.

Nada me importa além disso, estar nos meus limites, sem fronteiras para amar, respeitando a divisão dos direitos na máxima até popularesca, meu direito cessa quando invado o do outro, ameaçando-o ou violando-o.

O curso planetário, a ordem ou desordem mundial em que se vive, não mudarão por lançar por aqui minhas posições que muitos compreendem mal, outros nem querendo compreendem, outros mais nunca compreenderão. As paredes do conhecimento são de concreto sólido ou de areia que sucumbe ao sopro.

É assim por quê? É como a floresta, as árvores podem ser enxergadas, vistas, todas, as pequenas e as sequoias gigantes. A floresta toda é bem mais difícil, ela começou no passado, passou pelas épocas se transformando, se mostra no presente e nessa equação de causa e efeito pode projetar um pouco o futuro.

Mas o amor permanece, é a força que impulsiona e move toda a natureza, sem manias, crenças fechadas por cadeados enferrujados, falta de olhar uniforme para o mundo em suas mutações, boas ou más.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/06/2020
Reeditado em 24/06/2020
Código do texto: T6983783
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