O amor e suas faces
Você quer ser uma escolha ou a única coisa que sobrou? Essa pergunta é um item do checklist da vida, ao Menos deveria. O romance de Tristão e Isolda fez-me questionar o amor; um sentimento puro, que na lenda dos antigos romances, transforma-se em tragédia.
A morte, a paixão e o amor são vistos como sacrifícios, dor e lamento. Mas em Tristão e Isolda, a vida pode ser ensaiada, e outros ângulos da relação são perfeitamente possíveis. Neste caso, um triângulo amoroso é o ponto de interseção, e nesse cruzamento, os amantes buscam uma solução aceitável.
Como se a felicidade estivesse no balanço das horas, e seja lá qual for o compasso, um par estará borbulhando de contentamento. Uma peça lúdica e lírica; uma segunda vida paralela e consensual. E, como o dia não pode ficar sem a noite, a alegria também tem sua companhia. A tristeza.
O mar é o palco do enredo, entre uma onda e a estação da calmaria, o amante viaja no tempo, contorna as tempestades, visita lugares, constrói memórias e busca uma rota para eternizar o amor. Um amor assombrado pela traição e vingança. Um amor além-vida. Anti-herói, leviano e egoísta, pois quer ser pleno às custas dos cacos de outrem.
É um ladrão! Não basta amar, tem que pertencer e respeitar. Um amor que separa, que causa briga, que tira mais do que precisa, que morre e mata. Que não se importa com o sentir alheio, mas no seu próprio umbigo. O amor é ambíguo. Não é santo, nem demônio. É uma tentação. No plano terreno, o amor descrito em 1 Coríntios 13, é uma contradição. Quem ama liberta, não prende e não exige combinação.