A porta dos Fundos é serventia da casa.
A água da bica também.
Tem biscoito assado na hora rasa,
com café quente por nenhum vintém.

O portão range com bondade,
O cachorro late sem vontade,
Deita na sombra da goiabeira,
Coçando a sua bicheira.

E as visitas com seus pés cansados,
Se aproximam de soslaio desconfiados.
A varanda é abrigo na doce jornada
deixando a conversa fluir arrastada.

Até que o moleque pegue o último biscoito,
Secando também o bule maroto,
Todos vão pelas sombras da tarde,
gastando a vida sem fazer alarde.