Múltiplo Distanciamento Social
Em nossas caminhadas, minha mulher e eu, ambos com mais de 70 anos, fazemos um verdadeiro ziguezague para nos mantermos o mais distante possível dos outros caminhantes. Recentemente, reconhecidos por um dos caminhantes, que percebeu o nosso procedimento, perguntou-nos: "estão com medo?". E isto me levou a lembrar um costumeiro ditado popular que minha avó gostava de citar: "seguro morreu de velho, desconfiado está vivo e cuidado anda no mundo". Quem quiser viver muito que se agarre a ele. É tanto que quando vamos ao supermercado ou farmácia, procuramos observar, com todo rigor, os sinais ou fitas que regulam o distanciamento. E, se alguém os desrespeitam, botamos a boca no trombone. Se por isso alguém nos chama de mal educados, revidamos: "mal educado é quem desobedece a regra. Espelhamo-nos em países que tiveram a mais baixa contaminação, exatamente por seguirem os devidos protocolos, caracterizando assim, o seu nível de civilidade. Portanto, não importa a opinião alheia, quando a nossa é a mais correta. Distanciamento físico, mas proximidade no amor. Quem disse que vida não é amor?