Luciana, Fernando(colo)Fabiano e Marcelo

Runaway


O riozinho havia sido represado.
Augusto, Fabiano, Fernando, Luciana e Marcelo, 
por ordem alfabética.
Em pé na ponta como um remador veneziano, Fernando.
Remando sentado, trêmulo e todo molhado, eu.
Em outro caiaque, em pé, Fabiano.
No meio, sentadinha, remando e suando como forma de cuscuz,  Luciana.
E atrás do caiaque, agarrado e sendo puxado, Marcelo.
Lá iamos nós os 5 desbravadores de nada.
Mais de uma hora do mais puro lazer 
em contato direto com a natureza.
Chegamos a uma cachoeira 
Pequena, mas intransponível pelo leito do rio.
Deixamos as embarcações na margem e 
resolvemos subir a pé por um regato.
Afinal éramos desbravadores da vida.
Nem bem começamos a subir, Marcelo
avistou marcas enormes deixadas no fundo do regato
de águas transparentes.
Aquilo foi motivo de reunião, palpites, 
conversas, discussões.
Seria um monstro, um gigante, 
seria o abominável homem das águas?
Armei-me de um facão e salvador da molecada, comecei a aparar os ramos e folhagens das margens com violência e medo, confesso.
De repente, surge de uma moita, um terrível perigo.
Saímos todos correndo, inclusive o herói aqui.
Era muito difícil correr sobre as pedras com limo.
Escorrega aqui, cai ali, gritos e mais gritos de terror.
Alguns metros à frente paramos, uns chorando, 
outros se matando de rir.
A Luciana tinha as costas repleta de inchaços.
O Fabiano, branquinho, estava rosa de tanta picada no rosto.
Coloquei o frio do facão e umas pedras geladinhas
pela água sobre os inchaços pra diminuir a dor.
Sentamos todos numa pedra grande à margem 
e rimos muito.
Seriam de marimbondos gigantes as pegadas no fundo do rio?
A dúvida ficou.
Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 17/10/2007
Reeditado em 17/10/2007
Código do texto: T698029
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