Em Branco

Ela voltou ao seu quarto, cuja ausência de porta era corrigida com um lençol antigo, de cor clarinha, quase transparente. Seu quarto era pequeno – porém, aconchegante: ali cabiam seu diário, suas guarda roupas improvisado com caixas de frutas do tipo que encontramos na feira. Quase me esqueço de mencionar os livros de filosofia que ela costumava ler antes de dormir. Ela os pegava emprestados numa biblioteca, por intermédio de um amigo, que cursava Letras.

Você conseguiu voltar no tempo e adentrar o quarto onde vivera com seus pais até janeiro de 1982 – lá, um cobertor xadrez, com predominância da cor vermelha, fazia as vezes de porta. O local tem um cheiro típico de casa antiga. Você fica assustado com a contemplação do ambiente de época. Isso te faz tremer.

Agora resta relatar essa estranha experiência a ela – mas vocês nem se conhecem...