A CONSTRUÇÃO E O ESPELHO
Somos construídos de momentos, todos nós. Independente da matéria etérea que nos faz de camadas efêmeras ao longo de nossa existência física, somos o resultado destas nossas interações com o mundo. Fazemos parte do todo junto com nossas metades e nunca estamos completos, pelo contrário, sempre inacabados, nunca paramos de aprender nas relações com os outros! Mergulhados num mundo em constante transformação, nos transformamos juntos, uns arrastando-se outros saltando, não existe uma fórmula, mas existem aqueles que permanecem parados no tempo, sem perceber que este os engole cotidianamente, pois o mundo real é fora, dentro de nós é só fantasia, e o que resta é sonhar com um mundo melhor!
Às realizações vêm como bônus para os momentos vivenciados, mais um tijolo em nossos dias felizes. Mas há dias que também estamos tristes, quando soa um alerta de que é hora de nos refazermos, tempo de conserto, autoreparação, pois nosso tempo é curto e viver é preciso, escalar montanhas, atravessar vales, deslizar ao vento, navegar em águas rasas e profundas, dançar em torno de fogueiras, sermos heróis nem que seja por um dia como fala a canção de Bowie! Há dias que precisamos de colo, de um carinho especial, de ter alguém para chamar de seu mesmo sabendo que ninguém é dono de ninguém! Que o destino é incerto mas, não falha nunca, chega para cada um de nós inevitavelmente, por isso nos reconstruimos internamente.
Faça o exercício da construção, olhe o espelho de frente e mire somente seus olhos por um tempo. Faça isto e verás o que realmente te faz existir em uma vida inteira diante de ti, vivida e ainda por acontecer em cada traço de tua íris, a mensageira que te faz ser cada parte que te faz todos os dias. Então faça acontecer, faça valer a pena cada momento de sua existência! Entregue-se aos seus planos e ideais, acredite nas suas realizações, consolide-as, viva plenamente a oportunidade da vida que lhe foi dada, quando muitos nunca a tiveram ou foram interrompidos ao longo do caminho por ser trilhado. Assuma-se como própria obra, obra de suas mãos!