O BELO: A VISÃO DO OUTRO
(para Sirlei Weber, estimada prima)
O tempo não perdoa. As cãs à mostra, vale dizer, os expostos cabelos embranquecidos da velhice, demonstram que o rastro dele se fez presente, deixando marcas no corpo. Traduz que o Absoluto ainda nos reserva algo mais para ser cumprido, e, para tanto, Ele nos quer mais envelhecidos e experimentados. Quanto ao Belo, este sentir é uma visão do outro polo – o de quem vê e se propõe a dizer. Há sempre muito afeto naquele que tolera (muitas vezes tece elogios) e convive bem com o decurso do senhor Tempo. Sempre há invulgar beleza em cada pedaço do caminho cumprido pelo caminhante, no itinerário que foi imposto à sua revelia, desde que, na execução ressalte o seu livre arbítrio e permaneça o olhar amoroso para com o seu semelhante – o irmão de jornada. E em nada importa se homem ou mulher. Essa é antiga lição do Cristo Jesus, o homem, em sua saga terrena.
– Do livro inédito A VERTENTE INSENSATA, 2017/20.
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