Educação contextualizada!

Trafegar pelas veredas da educação contextualizada exige conhecimento, respeito, discernimento, habilidades, resiliência, ética...

Eu poderia continuar falando das competências necessárias aos caminhantes da educação, mas nada adiantaria se eu não dissesse que educação contextualizada se faz de pés no chão, despido de preconceitos. De nada adianta mestrados, doutorados, pós doctor, se ao tocar a terra fértil da educação, eu não souber dar um bom dia, pedir licença, tirar o chapéu para os elaboradores da episteme popular.

Trafegar pelas veredas da educação exige mais do que a academia pode oferecer, o olhar precisa estar atento aos cheiros, sabores, realidades, tempero da voz... vozes temperadas nascem do saber ouvir, crianças, jovens, idosos, nossos iguais, mais velhos e os nossos mais novos ensinadores de vida. Essa gente passa bem perto da gente todos os dias, horas contínuas, contando as suas histórias, revelando os seus segredos, ensinando a viver, abraçando a natureza, zelando dos invisíveis, somando abraços, abraçando o tempo e renovando as culturas.

É de gente simples que se faz a vida! Cada cancioneiro, repentista, sambadora, versador, prosador, faz do seu corpo um limiar de histórias, dessas que a gente não encontra nos livros, nas bibliotecas, nas estantes das escolas... é na cantiga de roda que a educação contextualiza a umbigada do samba, as mãos dadas do circulo, a versatilidade dos movimentos contínuos de insolências, mas tudo se apaga e perde o brilho quando o olhar superior do doutor diz que não é assim que se faz a vida, que chá de mato não cura ninguém, que acreditar nos sonhos dos visionários é zombar da ciência, que o tempo dos diplomas supera toda a sabedoria popular, essa não é diplomada, é real e construtora da observância diária de cada pessoa que ainda consegue abraçar e perguntar o nome e de onde vem depois, sem nunca perguntar o que tem!

A educação contextualizada é a promotora de igualdade na diversidade.