Amigo Integralista

CONFESSO (há quem confesse mais que eu?) que às vezes abuso da palavra fascista. Exagero, englobo até quem não é fascista. É que realmente tenho aversão ao fascismo, mas isso não me absolve das generalizações.

Mas nesta maltraçada domingueira vou tratar de um assunto que talvez aumente substancialmente a desconfiança que sou um cara contraditório paca e, quem sabe, destrambelhado. Vejam bem, fui amigo de um cara que na juventude fora um entusiasmado integralista (os fascistas brasileiros), a turma do Anauê de Plínio Salgado. Esse amigo chegou a tocar tambor nas passeatas do Integralismo. E nunca abandonou suas idéias. Mas nos tornamos amigos, morávamos perto, estávamos sempre nas mesmas mesas de papo e numa campanha municipal do mesmo lado, no MDB. Ficamos amigos, independente das idéias opostas.

De vez em quando eua à casa dele e enquanto tomávamos umas lapadinhas ele memostrava seus álbuns, as passeatas, comícios... E um belo dia abriu o baú e ostrou a antiga camisa verde,ficou com os olhos marejados. Nunca ri dele, mnem quando me contou que a sua maior frutração foi nao er conseguido comprar de um barbeiro, também integralista, a navalha que elefez abarba de Plínio Salgado. E me deu de presente um livrode Plínio Salgado, "O Estrangeiro", um ótimo romance.

Ah, se todos os fascistas fossem como esse meu saudoso amigo. Era um caraarretado. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 14/06/2020
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