Pedagogia do Oprimido
Quando iniciei minha especialização em GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL, que desisti por motivos pessoais, aconteceu que em uma das disciplinas, chamada "Português Instrumental" queriam nos "ensinar" a aceitar as diferentes formas de escrita.
O que realmente eu acabei concordando, ou seja, concordei que as pessoas escrevam errado, uma vez que devemos deixar as pessoas se expressarem, mesmo que escrevam de forma incorreta.
Porém ocorreu que comentei que as legendas de entrevistas feitas nas televisões, deveriam sempre mostrar as palavras da forma como realmente deveriam ser ditas e escritas... por exemplo: se o entrevistado dissesse "a gente tava fazenu", na legenda deveriam colocar "a gente estava fazendo" em vez de escreverem da forma que havia sido dita...
Nesse meu comentário fui alvo de outra pessoa que me lembrou sobre o "preconceito linguístico" que era um dos temas abordados naquela curta disciplina... ou seja: fui acusada de preconceito linguístico... sendo que eu somente queria que os "profissionais" da televisão (que eu imaginava serem pessoas que haviam estudados para fazer as legendas), que as escrevessem de forma correta...
Esse desestímulo da educação e da forma correta da escrita acaba dando margem à interpretações equivocadas daquilo o que, de fato, se quer informar...
Como por exemplo, temos esses contratos de bancos... se as pessoas estiverem estimuladas a continuar escrevendo de forma errada, como irão assinar contratos de financiamentos? Sem saber o que estão alienando em favor das suas dívidas? Sem saber se estão ficando presas a condições que lhe farão negar suas possibilidades de um futuro investimento? Quem já passou por isso vai entender!!! Há pessoas que desmancham seus casamentos para terem condições de assinar um casamento com uma instituição financeira...
Sei da própria Constituição Federal, que por vírgulas a mais ou a menos, causa também diferentes interpretações do que nela está escrito, sei de interpretações assim (referente a horas extras sobre a remuneração e referente ao pagamento de ITBI).
Enfim... continuo achando que as pessoas devem se comunicar da forma escrita, independentemente de escreverem corretamente ou não!!!
Mas para as funções de trabalho, onde a forma escrita é exigida, esta deve ser feita de acordo com a norma culta... penso eu. Mesmo que as vírgulas não estejam de acordo com a tal norma... mas a ortografia, para os casos de quem trabalha com legendas, ou outras formas de escrita, tipo os livros, é imprescindível !!!
Depois de um tempo que desisti da minha pós-graduação, minha irmã iniciou uma faculdade de Pedagogia... e eis que tive conhecimento da tal "pedagogia do oprimido" ...
De início pensei que era válida a inclusão daquela forma... passar os alunos no modo automático e tals... porque cada um tinha o seu tempo para aprender... Cada um, depois de adulto, veria a palavra escrita da forma correta e, então, passaria a escrevê-la direito !!!
Esse era o "bonito conto de fadas" com final feliz para todos... Só que não néh!!!
Eu sei que meu português não é o culto... próclises, mesóclises, ênclises, pontuação, regência verbal ou nominal... Nem tudo eu sei, e tenho absoluta certeza que nem irei aprender... Mas me esforço, dentro do meu ramo de trabalho, para escrever corretamente.
O "bonito conto de fadas" disso o que estão chamando de "inclusão dos oprimidos" vai acabar na seguinte situação: eles não passarão nos concursos púbicos, porque não terão boas notas em português. Irão se sujeitar a essa política do vitimismo e irão acreditar que não precisam se esforçar para ter merecimento das coisas... já que desde jovens não se esforçarão nem para terem seus diplomas...
Mas, por fim, se conseguirem, por acaso do destino, a colocação tão sonhada num serviço público, que massa de manobra serão nas mãos daqueles que buscam alguém para corromper.
Pode até ser que esse "conto de fadas" tenha um final feliz para alguns...
Mas minha capacidade de reflexão me faz ver além do que vejo hoje.
Apenas possibilidades dentro do plano malvado de Antonio Gramsci...
Possibilidades de comodismo.