Morador de rua
Morador de rua
Orador de rua
Onde mora a dor?
Na mente... sua!?
Acenderam a luz.
Raios de Sol transpassam suas pálpebras.
O alarme toca e ele acorda.
São as pessoas e carros que passam.
Passos
apressados
lhe orbitam
rumo ao trabalho.
Esquisitos. Sem freios.
Seria ele esquizofrênico? Ou eles?
Ele.
Invisível.
Ninguém lhe ouve, ninguém lhe vê.
Tenta entender.
Teria ele morrido?
Ou é um mundo paralelo o que ele vê?
Ou teria entrado em algum tipo de realidade virtual?
Estranho.
Todos tem braços, pernas, olhos, boca como ele.
No entanto parece que não existe um parentesco entre ele e os que passam.
Parecem estar absortos em outro tempo
outro espaço
outro passo.
Eis que súbito, tudo fica claro.
Agora ele percebe.
Sim, ninguém existe, são personagens.
Tudo não passa de uma criação sua.
A crônica da cidade.