SUGESTÕES PARA UMA CARTA RENÚNCIA
Pode parecer prematuro, mas há indicativos de que podemos estar caminhando para uma renúncia do presidente Jair Messias Bolsonaro. JMB vive em permanente inferno astral, crise pessoal, totalmente desintegrado do espírito coletivo e sem perspectivas de que esse período será amenizado, ou está por ser encerrado.
São tantos os crimes tipificados, de responsabilidade, quebra de decoro, o escritório do ódio, indústria das fake news, o Tribunal de Haia avaliando crimes contra a humanidade, os sinistros envolvendo o clã em laranjais, rachadinhas, assassinatos e ligações suspeitas, os constantes conflitos com a imprensa, a falta de governabilidade e competência para o exercício do cargo.
Todo esse conjunto de fatos, aliados ao isolamento político, chantagens e ameaças de apoiadores como Olavo de Carvalho, podem pesar nessa decisão.
Por outro lado, esses mesmos motivos podem servir para justificar a suposta renúncia. Perseguição ideológica a ele e a seus filhos, campanha difamatória da imprensa, o jornalismo militante, traição partidária, vetos às suas decisões como o fim do distanciamento social e o uso da cloroquina, o tensionamento do ambiente cultural e acadêmico.
Bolsonaro pode levantar questões conspiratórias como a invasão comunista chinesa, as pesadas críticas do 'radical' diretor da Organização Mundial de Saúde, o aparelhamento político do Estado pela esquerda, um complô do Movimento Comunista Internacional e o golpe que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria, e integrantes do STF articulam contra ele.
Pode argumentar que a polícia federal não se empenhou em descobrir ‘quem mandou matar Bolsonaro” e que descobriu uma trama, com apoio de parte da cúpula militar, para tirá-lo do poder.
Enfim, mesmo com o Centrão na 'manga', motivos para ser impedido ou denunciado não faltam, assim como não faltam argumentos para a renúncia, que pode ser acelerada com um movimento do PGR ou com o fracasso eleitoral de Donald Trump.
Renunciando, Bolsonaro aguardaria o desenrolar dos fatos em casa, retomaria sua vida medíocre de miliciano churrasqueiro da Barra da Tijuca, calçaria sua sandália de tiozão, prenderia uma placa em cima da pia com dizeres bíblicos e deixaria o Brasil em paz, longe da sua sociopatia neofascista.
Apesar do desencadeamento de uma crise institucional motivada pela renúncia, o que viria não poderia ser pior.