SUGESTÕES PARA UMA CARTA RENÚNCIA

Pode ser prematuro, mas tenho a impressão que caminhamos para uma renúncia do presidente Jair Messias Bolsonaro. Ele vive em permanente inferno astral, pessoal, coletivo, sem perspectivas de que esse período está por passar.

São tantos crimes tipificados, de responsabilidade, falta de decoro, 3 escritório do ódio, indústria das fake news, Tribunal de Haia avaliando se cometeu crime contra a humanidade, sem contar os episódios sinistros envolvendo seus filhos, os constantes conflitos com a imprensa, falta de governabilidade e competência para o exercício do cargo, podem pesar para essa decisão.

Por outro lado, esses mesmos motivos podem ser usados por Bolsonaro para justificar a renúncia. Perseguição ideológica a ele e a seus filhos, campanha difamatória da imprensa, traição partidária, vetos às suas decisões sobre a pandemia, como o fim do isolamento social e o uso da cloroquina.

Bolsonaro pode levantar questões conspiratórias como a invasão comunista chinesa, as pesadas críticas do comunista radical e diretor da Organização Mundial de Saúde sobre a condução do país frente ao Coronavírus, o golpe que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria, e integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) articulam contra ele.

Pode dizer que a polícia federal não se empenhou em descobrir ‘quem mandou matar Bolsonaro”, que descobriu que existe uma trama com apoio de parte da cúpula militar para tirá-lo do poder.

Enfim, motivos para ser impedido de continuar o mandato não faltam, assim como não faltam argumentos para a renúncia, que pode ser acelerada com um movimento de Augusto Aras e a não reeleição de Donald Trump.

Renunciando, Bolsonaro retorna sua vida medíocre de miliciano churrasqueiro da Barra da Tijuca, calça sua sandália de tiozão, prende uma placa em cima da pia com dizeres bíblicos e deixa o país em paz, longe da sua sociopatia neofascista.

Apesar do desencadeamento de uma crise institucional motivada pela renúncia, o que virá não pode ser pior.

Ricardo Mezavila.