Matutando sobre a felicidade
ACORDEI hoje meio indisposto, li o jornal, tomei café e começou a passar a indisposição, mas persistiu a tristeza e o medo, confesso, em relação à pandemia,além da decepção e revolta ante os absurdos do governo. O Brasil não merecia esse governo. Mas me sentei na velha cadeira de balanço e comecei a matutar sobre a felicidade.
Não sei definir a felicidade. Acho que só é possível senti-la. Defini-la é difícil. Alguns tentaram, caso de Érico Veríssimo: "Felicidade é a certeza de que nossa vida não está se assando inutilmente". Ele achava que a vida tinha a ver com ser útil. É vero. Já Shakespeare pensava nas ideias: "As ideias das pessoas são pedaços de felicidade".Uma verdade abissal, sem ideias não há felicidade. O filósofo Schopenhauer eliminava o dinheiro como vetor de felicidade: "O dinheiro é uma felicidade humana abstrata;por isso aquele que não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ela". O grande poeta Drummond afirmou: "Ser feliz sem motivo é a mais autêntica felicidade". Será? Não sei. Também discordo de Vinicius: A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor, brilha tranquila, depois de leve oscila e cai numa lágrima de amor". Mesmo sabendo que não foi alguém muito feliz, gosto do que afirmou Clarice Lispector: "Sonhe o que você quiser. Vá para onde quiser ir, Seja o que você quiser ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazermos aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldade para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança para fazê-la feliz". Bingo. Inté.