POESIA. FAZER POESIA. ATIVIDADE ESPIRITUAL PARA POUCOS.
POESIA....FAZER POESIA.
Fazer poesia é difícil, muitíssimo. Vejam o que é uma poesia castiça, chegada da razão linguística na sua origem.
"COM AMORES SONHAVA,
IDEAL FORMADO
DE CELESTES E ETERNOS ESPLENDORES,
A TERNURA DE UM ANJO DESTINADO
A ENCHER-LHE A VIDA DE PERPÉTUAS FLORES.
TINHA-O, ENFIM, QUAL FORA ANTES CRIADO
NOS SEUS DIAS DE MÁGOAS E AMARGORES;
MADRUGAVAM-LHE N`ALMA A LUZ E O RISO;
ESTAVA À PORTA ENFIM DO PARAÍSO."
Machado de Assis.
Uma breve mostra da poesia "cheia" - embora não seja machadiano - que não é diletantismo asiático dos camponeses em descanso, tankas e aikais, construções simplórias destinadas ao lazer, descomprometidas, e fuga hoje para os desvios da verdadeira poesia, que deve ser cultivada, cultuada, e exercida se possível, estudada antes, fora do simples escrever sem poesia e por isso nada dizer, logicamente, não e nunca orientada por pessoas sem qualificação, sem dom ou dote intelectual; poesia deve ser absorvida e ensinada pelos conhecedores efetivos, e nunca ter esse emblema, poesia, o que não é poesia. Hoje com nomes estranhos "inventaram" outros ritos de rótulos enigmáticos que chegam ao nada e ao nunca verdadeiramente poético. Satisfazem os espíritos desfavorecidos para a poesia e satisfativo para a pessoalidade, o que basta.
A prosa poética é livre, e escrever o que bem entender, também, e ninguém deve se sentir intimidado a fazê-lo. Mas nunca chamar de poesia nonadas.
Poesia é outra coisa, não nasce só da sensibilidade, o que é imanente ao ser humano, e se configura aos dogmas da língua que não faz concessões ao arbítrio. Língua não pode sofrer dilapidações e dissenções, o que se entende pelos que nada dela conhecem.
Liberdade para escrever é direito de todos,mesmo dos que não sabem escrever a língua, até por necessidade pessoal e terapia, que defendo com todas as armas,mas fazer poesia carece de regras que poucos sabem, e passam a forma que peca, assim pelo exemplo, disseminam o desensinar. Poucos muito menos podem ensinar, sonetos, alexandrinos e outros, pouquíssimos. Mesmo poesia concreta.