Ex Libris
Esforçar-se para ler num idioma o qual não se tem muito conhecimento remete a contemplar uma paisagem complexa através de uma tela de vidro embaçada. A gente tenta -- mas não consegue mais que algo entre 40% a 90% de aproveitamento. Talvez eu esteja exagerando. Talvez não. Ocorre que depende muito do que e como é dito em cada frase, parágrafo etc.
Isso me ocorre com o Francês. Estou tentando aprender ele por conta própria. Em breve devo começar "L'Étranger", de Camus. Conheço parte da história -- mas não o livro direito. Precisei de chegar até ele porque Barthes me indicou (em seu "O Grau Zero da Escrita").
[ALERTA DE SPOILER] Mersault, o protagonista, talvez sofresse de algum grau de perturbação mental. Sua mãe morre no asilo e ele não se recorda exatamente o dia em que ocorreu. Depois, mata um árabe e, ao ser questionado pela Polícia, culpa o Sol pelo crime.
Camus rompeu com Sartre por não me lembro ao certo que diabos de divergência de pensamento. Ambos deram ótimas contribuições ao Existencialismo.
O Passado agora parece querer promover uma tempestade de poeira e de areias do tempo sobre nós. Mas semana passada um pensamento me alertou que, ao fecharmos os livros, os fantasmas são novamente aprisionados. Aguardando-nos voltarmos a libertá-los com novas leituras...
Eles voltarão -- eu sei. Nós também -- eles já sabem disso.
"A que te referes ao mencionar os fantasmas dos livros?"
"Ideias do Passado. Personagens mortas. Vivas através dos Donos do Discurso. Que ressuscitam graças a um apoio deles."