CONFRONTO ENTRE A VAIDADE E A MORTE. PÈRE LACHAISE.

Um momento de gravidade nos faz refletir com mais força sobre a morte que ronda o mundo. O Père Lachaise”, Paris, é cemitério dos mais famosos ou o mais famoso do mundo. Local onde celebridades da história mundial se encontram sepultadas, com arte invulgar da estatuária, meu gosto pessoal extremado, que motivou várias visitas minhas. Área doada pelo Rei Sol, Luiz XIV, ao seu confessor, Padre Lachaise.

Celebridades, todas poderosas, muitas vaidosas, ali estão sepultadas, marechais de Napoleão como Lefebvre, literatos como Proust, La Fontaine, Molière, Balzac, Delacroix, Piaff, Chopin, Kardec e tantos e tantos outros. Poucos entendem essa igualação, morte como pessoas, ainda que túmulos faustosos distinguem uns dos outros, permanecendo as diferenças, o que se destaca pela visitação. O pó, e no pó, quando muitos se igualam, tem igualação em uma significativa exclusiva diferença, extinção da personalidade, mas os célebres continuarão célebres, os desconhecidos serão, pelos menos aqui, mero pó.

Sobreleva notar contudo, o que nada vale em vida, a vaidade. Ela não faz ninguém crescer, não traz evolução espiritual, e desagrega a personalidade. A morte é uniforme sim, por mostrar como se extingue para todos a vida, esse sagrado movimento de arestas enriquecedoras, quando humildes as pessoas, caridosas e produtivas na utilidade, aspergindo halo de alegrias, festas de felicidade, amor.

No Père Lachaise não se encontra somente entre as grandes celebridades, Napoleão, o primeiro, que para ver onde está sepultado, há que se ir aos “Invalídes”. Monumento especial para ele erigido no coração de Paris. O grande conquistador, Napoleão I, lá se encontra, em sete caixões de ébano, chumbo e de várias madeiras, que me impressionou a primeira vez que lá fui, no monumental “Invalídes”, Inválidos, homenagem aos mortos e sequelados nas guerras napoleônicas, cercado de doze virgens esculpidas por Pradier, renomado escultor da época, com a abóbada do edifício vista brilhando de quase toda Paris em dia de sol, já que coberta de camada de ouro de alguns milímetros de espessura, reposta a cada cinco anos. Mas está morto, também.

O Cemitério Pére Lachaise é um Teatro onde vivem os mortos e se colocam em cena sobre o tema das paixões e das vaidades humanas. E isto está configurado na suntuosidade dos túmulos, é um grande espetáculo da vida e da morte.

A vaidade humana, o grande mal da humanidade!

A vaidade de Napolão era tanta que exercendo ao máximo sua vaidade, colocou-se em estátua vestido como um Imperador Romano no alto da colunata, na Place Vendôme, com 43 metros de altura, cópia da coluna Trajano Romana, em formato cilíndrico com grafias evocando suas conquistas, construída com o bronze dos canhões conquistados na batalha de Waterloo. A coluna da vaidade.

Nesse momento da ameaça latente do que é a única certeza da vida, a morte, veremos que a única transformação da humanidade se fez por força da espiritualização, o que resta é a deformação do caráter pela vaidade,

Não foi a ciência nem as celebridades que lembraram ao homem seu grande diferencial. Existe uma força única com centro de gravitação, não a de Newton, física, material, mas a singular luz espiritual do Cristo, ligando a tudo e a todos O amor do Cristo. É a Cruz que nos faz lembrar o somenos da vaidade humana. Por quê? Por ter o Filho de Deus se deixar morrer como um criminoso comum, quando Era O Ungido, O Rei.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/06/2020
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