UMA NOVA ABOLIÇÃO DE CARÁTER GLOBAL?

Estou que não, consultem-se fatos e o curso histórico. Nada mudou.

Quantos mártires foram vitimados por essa truculência sem medidas e sem razões? Essas raízes de desigualdade como pessoa sempre existirão.

O que mudou? Nada!

Conceitos, preconceitos negativos e positivos, discriminações, divisões, permanecem. Não mudaram e não mudarão. O que modifica hábitos e condutas é a coerção, figura na lei como proibição de assim se conduzir sob pena de encarceramento. Nesse ponto é inegável haver posicionamento de supremacia da raça branca que prevalece, contra qualquer investida. É dominante. Lamenta-se a inclinação para a desumanização. Uma realidade.

De qualquer forma se registra e pontua que se quer mais humanidade. E se faz agora de maneira globalizada, significativa, mais uma vez. Não é possível inexistir sensibilidade para alterar razoavelmente as leis de molde a punir a violência indescritível que se processa de forma longeva.

Nada há de ideológico no humanismo, em pretender se inibir ato selvagem contra negros como o verificado, embora ideologias possam dele se valer para sublevar, agitar, captar vontades menos informadas. Isso é usual, apelar em um tom para chegar-se a outro que o favoreça. Posições doutrinárias/políticas sempre usaram essa motivação, corriqueiro o fato, sem atingir substrato.

Mas o conteúdo do que se vê, é um levante do humanismo que está grafado nas grandes convenções, desde a revolução francesa, com ratificação nos direitos humanos exarado na ONU, direitos não observados. Ao menos, ciclicamente, como agora, o homem mostra que tem alma de boa vontade, de socorro a quem é martirizado e merece tratamento melhor do que se dá aos bichos tão visível em nossos dias.

Não há como confundir racismo de cor com ideologia, o mesmo que se faz com o cristianismo, quando um reles sujeito, desprezível, sem nenhum talento ou arte, discriminatoriamente, coloca Jesus com figura de travestido, drogado, e com indumentária imprópria. Projeta seus recalques e problemas. Encarna a figura por ele idealizada. Os porcos habitam chiqueiros, não porque querem, nasceram assim, não conhecem respeito ou consideração, devem ser tratados com a coerção que não é acionada por força de um princípio de liberdade, de expressão, cujos limites hoje são desconhecidos. E não praticados ou sancionados quando ultrapassados.

A relação de preconceito negativo se enlaça com a discriminação da raça negra. Há um julgamento de valor que se identifica como discriminação, diminuir a pessoa por força de ser negro. Quando se diz preconceito deve se qualificar qual a destinação. O preconceito encerrando um julgamento que pode ser positivo ou negativo.

“Preconceito. O preconceito é uma opinião sem julgamento. Assim, em toda a terra, se inspira às crianças todas as opiniões que se quiser, antes que elas possam julgar. Há preconceitos universais necessários, e que constituem a própria virtude. Em todas as partes ensina-se às crianças a respeitar, a amar os pais, a considerar o roubo como um crime, a mentira interesseira como um vício, antes que possam imaginar o que é um vício e uma virtude. Há, portanto, preconceitos muito bons, são aqueles que o juízo ratifica quando se raciocina. Sentimento não é simples preconceito, é algo muito mais forte.” Voltaire; Dicionário Filosófico.

A discriminação da raça negra é dos maiores preconceitos negativos que a humanidade assiste.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/06/2020
Reeditado em 06/06/2020
Código do texto: T6969562
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