A FORMIGUINHA
A FORMIGUINHA
A formiguinha, sozinha, circula pelas manchetes do jornal aberto sobre a mesa. Parece perdida, dá uma parada no número de mortos pela pandemia, outra na morte do menino largado no elevador, fica estática, parece pensar ou, lamentar ; segue circulando nas cagadas(perdoem o termo) do presidente, no(s) caso(s) de corrupção, na incompetência de autoridades, no preconceito que nunca acaba, na banalidade das desgraças, no tsunami de notícias falsas, nas manifestações que não dão em nada e, após mais uma parada, deixa o jornal, sobe na colherzinha apoiada na xícara e vai até a pontinha onde encontra o pouco de doce que parecia perseguir. Ali fica, parece extasiada, finalmente encontrou o que procurava, enquanto eu...