Crônicas do Comércio Local e a Igreja Matriz

Ontem na minha ida ao centro, resolvi dar uma passada na igreja Matriz.

Enquanto esperava o comércio local abrir, reparei na quantidade de idosos que havia na Igreja aquela hora da manhã. Uma senhora em especial chamou minha atenção. Ela, pelo peso da idade andava com uma bengala pra lhe dar apoio, seu cabelo já estava todo branco, mas tinha dentro de si uma alegria que a fazia cumprimentar as pessoas próximas a seu banco.

Não pode deixar de pensar na beleza que há na velhice, de uma pessoa que viveu uma vida completa, foi criança, viveu uma infância, foi jovem, adulto, teve ou não filhos, formou ou não uma família, mas passou pela vida vivendo todas as etapas dela, e agora chega a velhice, aproxima-se o momento final de cruzar a fronteira para o desconhecido. Penso como deve ser bonito chegar do outro lado e saber que viveu bem sua vida. Teve uma vida completa.

Há pessoas que “mascaram” sua idade pelas cirurgias plásticas, mas mesmo se observarmos bem, as mãos e o pescoço continuam o mesmo, e ainda que, o rosto esteja mais jovem, ele não volta a sua aparência original, embora esteja mais jovem.

Acho bonito que sabe carregar consigo o peso da idade, essa idade que se expressa por todo seu corpo. Nos ouvidos que já não ouvem, na visão que já não é a mesma, na fraqueza de suas forças, do déficit de sua memória.

Há um trecho do livro O Pequeno Príncipe, em que ele explica que precisa partir, mas que seu corpo é pesado demais para levá-lo consigo nessa viagem. Com a velhice é assim, um corpo que precisa ter seu fim para que a alma possa partir livremente para aquele destino que não nos é dado a conhecer.