Quando fazia Auto-Escola

Lembro que no primeiro dia o instrutor me levou pra uma rua pouco movimentada, perguntou se eu já havia pegado em um carro, eu respondi que não. Então ele me passou os comandos básicos: freio, acelerador, buzina, velocímetro e outras coisas mais.

Para minha surpresa, depois disso, ele me levou pra guiar o carro numa BR às 17h, ou seja, a hora do rush, havia carros, caminhões e até carroças. Depois disso, eu falei pra mim mesma que não voltaria a auto escola. Mas, como eram os meus pai que pagavam as aulas, tive que retornar no dia seguinte.

Então ele me passou um percurso, em que eu contornava o carro na esquina da minha casa, o que era muito constrangedor, porque o carro morria na mesma esquina às 15h da tarde, todos os vizinhos já sabiam que era eu ali parada tentando ligar aquele carro.

Depois disso houve o incidente com uma moto, foi durante uma aula noturna, o instrutor me levou pra uma via pouco, ou melhor, nada iluminada, nesta via eu precisei atravessar uma ponte muito estreita e ao sair do outro lado da Ponte, vi apenas um farol alto vindo em minha direção, cada vez mais perto, não conseguia ver mais nada, apenas aquela luz, num ato de total desespero, larguei o volante, levantei as mãos, cobri ao olhos e comecei a gritar:__“Aaahhhh!!!”

Na mesma hora o instrutor assumiu, então eu vi um rosto muito surpreso e desconfiado me olhando por trás da luz, em cima de uma moto e passar direto.

Cabe dizer que, também não quis voltar no outro dia, mas como vocês já sabem, eu era obrigada a retornar no dia seguinte.

Houve outros incidentes, como o dia que senti muito medo de atropelar um cachorro que estava a uns 300m de mim, ou os dias que eu perdia a noção de velocidade e corria de mais. Ou os dias que eu pensava estar evoluindo mas cometia erros básicos.

Eu me sentia como naquele episódio do Bob Esponja em que ele comparece todos os dias na auto escola e a instrutora já não o aguenta mais, e para se ver livre dele ela o aprova.

No meu caso, não houve aprovação.