ME DÁ UM DINHEIRO AÍ?

Gosto de observar os artifícios utilizados por certos líderes religiosos pra conseguir arrancar dinheiro dos seus fiéis, especialmente pelo rádio. Vão conduzindo o seu discurso, na maioria, associando a grana a uma "prova de fé", "gesto de amor" ou "devolução da parte que cabe a Deus", enfim dá pra perceber uma bem engendrada retórica, muitas vezes até bem persuasiva e convincente, com nítido interesse em engordar os cofres a custas da crendice do seu público, muitas vezes tão carente desse "contato direto" com o Criador, apregoado por quem está no púlpito. E também têm os que propõem um negócio bem atrativo, garantindo a multiplicação do dinheiro se ofertarem algo à igreja, tendo por "garantia" o depoimento de afortunadas criaturas que ganharam quase uma Mega Sena a partir desse gesto "abençoado". É possível que nesse mar de aproveitadores tenham verdadeiros pastores que conduzem o seu rebanho com integridade, sem quaisquer segundas intenções além de levar a palavra dos céus aos fiéis. Esses verdadeiros mentores espirituais não vivem de brisa e precisam, portanto, de comer, se vestir, pagar contas, se locomover e, sobretudo, bancar as despesas do local em que fazem suas pregações, como aluguel, IPTU, água, luz etc. Nesse contexto, pedir ajuda daqueles que estão usufruindo dos seus esforços é bem justo e legítimo. Já para os que descaradamente estão apenas se aproveitando da credulidade alheia, fazendo uso de um blá-blá-blá inflamado, normalmente aos berros, pra arrancar os já poucos recursos da plateia, espero que tenham no fim na linha um lugar bem posicionado no tal inferno com o qual ameaçam quem não contribuir com qualquer tostão.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 03/06/2020
Reeditado em 13/06/2020
Código do texto: T6966167
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