O *TOM INESQUECÍVEL

O Rio de TOM perdeu parte da bossa. Num passeio, a biografia humana nos mostra perdas. --- Mato alto no terreno onde funcionou a churrascaria Plataforma, no Leblon, um de seus locais preferidos de comilança - o imóvel não era tombado e, 25 anos após a morte do músico, foi demolido em junho/2018, área de 1.000 metros quadrados, na época sem destino certo. --- Em Ipanema, a casa onde morou de 1960 a 1965, rua Barão da Torre, demolida a favor de um edifício residencial, "Bossa 107" - a casa pertenceu a Thereza Hermanny, primeira mulher do compositor. --- Farmácia Piauí, que ele assim "batizou" por causa da sonoridade, esquina da avenida Ataulfo de Paiva com a rua Rita Ludolf, mudou de nome, comprada por uma rede de drogarias. --- Banca Piauí, na mesma calçada da farmácia no rastro do sucesso da farmácia, a primeira banca a abrir 24 horas, virou ponto de encontro de taxistas, reduziu o horário de funcionamento para de 7 à meia-noite. --- O prédio da rua Nascimento Silva, 107, onde ele morou de 1954 a 1960, eternizado em "CARTA AO TOM 74", ainda de pé - na fachada, uma placa, homenagem etílica da Confraria Copo Furado. --- Nas paredes do Garota de Ipanema, a memória dos criadores da bossa nova está em toa parte: lá, no antigo Bar Veloso, TOM e VINICIUS DE MORAES, avistaram o doce balanço de Helô Pinheiro, musa da obra prima da dupla, no bar, comprando cigarros para o pai - clientes assíduos de chegar às 10h, três horas só nas azeitonas, na cebola em conserva e nos bolinhos de bacalhau. --- Outro ponto icônico, o Beco das Garrafas, na rua Duvivier, em Copacabana, reabriu depois de 40 anos fechado, lugar considerado "berço da bossa nova", embora TOM nunca tenha se apresentado no palco. --- Paixão viva são as palmeiras imperiais do Jardim Botânico, placa homenagem agora enferrujada, restaurada três vezes, a última em 2017. --- No mesmo local, o Teatro Tom Jobim encerrou atividades em janeiro/2019.

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*ANTÔNIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA.

FONTE:

"Um olhar para as coisas lindas que vêm e passam na vida de Tom", artigo de Pedro Zuazo - Rio, jornal O GLOBO, 8/12/19.

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