Os Tubarões Gigantes.

Mestre Rodrigão tinha deixado a grande rede  submersa com as suas bóias luminosas flutuando sobre as águas para pescaria do peixe espada à noite.

E dois enormes tubarões tinham vindo atrás dos cardumes de anchovas e peixes de toda espécie e atacaram aqueles que estavam presos nas redes.

O prejuízo era certo.

Com as suas enorme mandíbulas os tubarões arrebentaram as malhas e estava comendo os peixes.

Mas o mais grave, eles estavam quase abalroando o barco na proa com suas forças e pesos.

 Mestre Rodrigão já tinha ouvido de barcos que afundaram por um só tubarão e ali havia dois.

Um preso na malha e tentando se livrar dela.
O outro que parecia ser mais feroz batia no barco como que tentando abalroa-lo e ajudar seu parceiro.

O medo fez o tamanho dos tubarões aumentarem enormemente.

Rita e Fayana choravam copiosamente na porta da cabine.
Os demais num primeiro momento, pareciam estátuas congeladas pelo frio e pelo medo, sobre o convés.

O corte das redes

Subitamente, Júlio correu para a cozinha e retornou com duas enormes peixeiras e lançou uma para o seu pai que entendeu o recado.

E correram os dois e mais Jonatham para o costado do barco e passaram a cortar as malhas.

O barco em alguns momentos adernava perigosamente.
As malhas molhadas eram de difícil corte e no vai-e-vem da lâmina outro batido fez Júlio passar a lâmina sobre seu punho e um jato de sangue jorrou.

Roberto correu em seu auxílio Imediatamente, fazendo um torniquete.

Júlio foi arrastado para a cabine onde as mulheres procederam com maiores cuidados.

Fábio assumiu o lugar de Júlio.

Tudo estava mudando naquele momento, a lua que antes prateava o mar sumiu. Uma chuva leve começou a cair.

As ondas se ergueram.
O vento aumentava minuto a minuto.

Jonathan na cabine tentava ligar o motor. Após duas tentativas o motor pegou. Todos gritaram aliviados.

Porém o barco não saia do lugar.

A hélice provavelmente estava novamente emaranhada pelas lutas dos tubarões e a rede.

De repente, o tubarão mais feroz parou de bater no barco.

Fábio acabou de cortar a sua parte da rede antes de Mestre Rodrigão e o tubarão lutando no afã de ainda se livrar puxava o barco cada vez mais para baixo.

O Barco livre dos ferozes tubarões.

Ele  conseguiu se libertar levando partes da rede e para salvação de todos Esperança  voltou abruptamente ao prumo. 
Desapareceram os dois tubarões como surgiram, do nada.

Agradecendo à Deus, extenuados se jogaram no interior do barco.
Cada qual prostou-se em um fundo do barco.

A hélice porém continuava na saga dos emaralhamentos.

...O dia demorava a clarear e perceberam então as mais variadas dificuldades que ainda teriam pela frente.

As ondas já passavam dos dois metros de altura, o vento assobiava muito  e passou a ser difícil se comunicar sobre o convés.

***
...continua em Traineira Esperança - Parte XIII - O Ciclone Catarina, velocidade máxima dos ventos, 180 km/h.
Robertson
Enviado por Robertson em 01/06/2020
Reeditado em 02/06/2020
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