Briga dos alguém
Aqui no centro de União, neste sábado chuvoso e logo cedo, alguém passou berrando rua adentro rua afora, sem máscara e de peito aberto, desafiando o coronavírus e o ''convidando'' a contaminá-lo. "Corona, cadê você? Venha, eu não tenho medo de você não!", argumentava. Era alguém aparentemente nervoso e visivelmente bêbado. Diante do barulho provocado por esse alguém, um outro alguém acordou, saiu à porta e pediu àquele alguém que baixasse a voz e seguisse caminho.
Aquele alguém não testou positivo para o pedido e devolveu ao outro alguém um sonoro palavrão. Um terceiro alguém veio ao encontro desses dois alguém e interveio; pediu aos dois alguém calma. Esses dois alguém não aprovaram a intromissão desse terceiro alguém; ficaram ainda mais nervosos e responderam-lhe que não se metesse na conversa, pois não havia sido chamado. O terceiro alguém ficou ofendido; alegou que não precisava ser chamado, que a rua é pública, que estava com boas intenções e que era cedo para briga.
Os outros dois alguém não o escutaram, e a polícia foi chamada por um quarto alguém que assistia à cena. Os outros alguém que presenciavam, das brechas da porta ou das janelas, a confusão entre os alguém e temendo servirem de testemunhas da eventual tragédia, ocultaram-se dentro de casa. Isso explicar o motivo de não sabermos como terminou a reunião dos cavalheiros ou se terminou. Há, porém, uns alguém que dizem que esses quatro alguém foram presos por desordem ou desacato, simplesmente por serem uns ninguém.