O pior da doença são os efeitos colaterais, e nesse caso específico eu estou falando sobre o AMOR

Nesse momento tudo está vibrando no escuro,no frio,na incerteza, nos medos,nas angústias,na escassez, na falta,na carência .E o mais difícil é constar que não é algo exclusivo de um determinado grupo de pessoas, infelizmente esse clima tenso é geral. Precisamos lutar por nossa estabilidade financeira reestruturar a vida material, que por vezes já estava demasiadamente complicada antes mesmo da pandemia e que agora é uma questão de sobrevivência. Fardos pesados, lutas desiguais, mente extremamente racional, problemas familiares, pessoais,profissionais e a gente ali de mãos atadas e sem muito o que fazer, com a mente abarrotada de pensamentos conflitantes, tendo que ser forte para dar suporte aos que estão sob nossa proteção. Nosso corpo até deseja parar ,mas não é possível nesse momento,o coração anseia por conforto, aconchego,mas nesse momento tão delicado é muito difícil romantizar qualquer coisa. Estamos todos nós voltados para o futuro, com a preocupação em saber se daremos conta,se não deixaremos faltar nada, o esforço psicológico é muito grande, acaba por consumir as nossas forças físicas e também as nossas emoções. Estamos fazendo tudo no automático, não se pode prever o que virá e isso causa mais desespero,ansiedade, preocupação, essas questões nos atormentam a mente que acelerada não nos deixa dormir direito,tudo fica meio que congelado dentro de nós,nos retraimos,nos preservamos, nos protegemos, nesse momento não podemos nos distrair,não podemos falhar em relação à nada,estamos sob pressão, sendo controlados por situações, circunstâncias e muitas vezes por pessoas. Ainda que haja um universo de sentimentos e emoções submersos em nosso existir, não podemos nos deixar "fraquejar" ,devemos permanecer duros,fechados ,revestidos com a nossa armadura de proteção contra emoções, a ordem agora é ser forte. Nosso corpo gostaria de um carinho especial, ter um momento de prazer,ter um tempo para descansar, relaxar,se recuperar, se fortalecer, mas não somos capazes de abrir concessões e nem exceções porque somos feitos de aço e não parecemos. O coração quer um refrigério, um alívio, quer paz,atenção, mas não é viável para o agora. Aí bate o medo de estar protelando tudo isso e repentinamente perdermos a vida para um vírus e ter deixado ir a possibilidade de uma trégua lutando por coisas materiais e perdendo tempo de viver coisas igualmente ( ou até mais) importante. O caminho do meio é o mais assertivo, buscar o equilíbrio entre razão e coração, para ganharmos essa batalha.