Olá, Fantasma!
Apartamento novo, muitas caixas ainda por abrir e organizar, e uma deliciosa sensação de bem-estar porque finalmente começava a se acostumar à nova morada, embora no início tenha sido difícil adaptar-se às esquisitices do lugar. É que, agora, já não se importava com o barulho de correntes sendo arrastadas no andar de cima - que ouvia ao chegar na cozinha, e até conseguia brincar dizendo “Olá, fantasma!”, sempre que lá entrava. O que incomodava mesmo era o barulho de pisadas ocas ouvidas do teto do quarto. Parecia que um “perna de pau” gostava de caminhar pra lá e pra cá na madrugada, no mesmo apartamento superior. Às vezes percebia que se desequilibrava e tombava derrubando tralhas, provocando um som tão estranho quanto o das correntes que ouvia na cozinha. Nessas horas não brincava. Embrulhava-se no cobertor amedrontada e tapava os ouvidos esperando o ruído cessar, até adormecer. E resolveu descobrir se era apenas sua imaginação ou se tudo aquilo acontecia realmente. Chegava na porta da cozinha e se postava a escutar. Silêncio. Não ouvia nada fora do normal. Mas bastava começar a fazer qualquer coisa depois de entrar e lá estavam as correntes a serem arrastadas. Depois começou a notar que o “perna de pau” também andava por outros lugares e em outros horários além da madrugada. Era só se acomodar para ler, ver um filme ou qualquer outra coisa, e lá estava ele num andar ritmado: toc... toc, toc... toc.
Nova no prédio, não se sentia à vontade para perguntar qualquer coisa sobre os antigos moradores do andar de cima, pois acreditava não haver ninguém lá devido ao silêncio dos outros momentos. Já tinha, na verdade, ido inúmeras vezes até a porta do tal apartamento para tentar perceber alguma movimentação e nada, absolutamente nada!
Acostumou-se, mas continuava intrigada com aqueles estranhos ruídos. Temia o corredor e o elevador quando neles se achava sozinha e evitava sair quando o porteiro havia terminado seu horário de trabalho. Até o dia em que o encontro foi inevitável. Chegava em casa à noite e ao fechar o portão de entrada foi impedida por alguém de fazê-lo. Assustada e temerosa, afastou-se e o que viu a surpreendeu. Uma jovem manobrava uma ruidosa cadeira de rodas onde estava sentada uma senhorinha. Ajudou-a a levantar e lhe entregou uma bengala para se apoiar enquanto dobrava a cadeira para acessar o elevador. Então riu de si mesma ao entrarem, pois aquele terrível mistério finalmente havia sido desvendado. A jovem apertou o botão do número do apartamento superior ao seu e ela pensou divertida: Prazer em conhecê-la, Senhora "Fantasma Perna de Pau”.
Nova no prédio, não se sentia à vontade para perguntar qualquer coisa sobre os antigos moradores do andar de cima, pois acreditava não haver ninguém lá devido ao silêncio dos outros momentos. Já tinha, na verdade, ido inúmeras vezes até a porta do tal apartamento para tentar perceber alguma movimentação e nada, absolutamente nada!
Acostumou-se, mas continuava intrigada com aqueles estranhos ruídos. Temia o corredor e o elevador quando neles se achava sozinha e evitava sair quando o porteiro havia terminado seu horário de trabalho. Até o dia em que o encontro foi inevitável. Chegava em casa à noite e ao fechar o portão de entrada foi impedida por alguém de fazê-lo. Assustada e temerosa, afastou-se e o que viu a surpreendeu. Uma jovem manobrava uma ruidosa cadeira de rodas onde estava sentada uma senhorinha. Ajudou-a a levantar e lhe entregou uma bengala para se apoiar enquanto dobrava a cadeira para acessar o elevador. Então riu de si mesma ao entrarem, pois aquele terrível mistério finalmente havia sido desvendado. A jovem apertou o botão do número do apartamento superior ao seu e ela pensou divertida: Prazer em conhecê-la, Senhora "Fantasma Perna de Pau”.