Coisas que não se deve fazer
Boa tarde meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez espiam pelo buraco da fechadura por esse meu WC literário para ver se esse Bacamarte está fazendo o que se deve fazer. Vocês não tem nada melhor para fazer, não? Não! Tá ok, isso é uma coisa que não se deve fazer, mas tuzes já são bem grandinhos para arcarem com as consequências, né.
Tem coisas que todos sabem que não se deve fazer. Espiar pelo buraco da fechadura é uma delas. Coisa mais feia! Eu nunca fiz isso! [Antônio Rollim Fernando, que mentira, deixa de ser mentiroso] Tá, fiz, mas eu era guri ainda. Não tinha nem 18 anos ainda! Tinha 17. Tava naquela idade, sabe? Já falei numa crônica aqui daquela vizinha que lavava roupa no tanque, lembram? Pois bem, aos 17 eu ainda estava nessa. [Isso, muito bom Antônio, conte a verdade]. O meu pai me matava se me pegasse olhando para a sobrinha dele, que vez ou outra pousava lá em casa, pelo buraco da fechadura do quarto de visitas. Ai, coisa mais linda era a Valéria, uns dois anos mais nova. E eu com os hormônios incendiando meu parco juízo. Então descobri, pela atenta observação proto-científica, que a guria não trancava a porta do banheiro quando ia tomar banho. Então um dia, por acaso [Antônio Rollim, mentindo de novo para os teus leitores, que feio!] VOZ DA CONSCIÊNCIA, QUER PARAR DE ME INTERROMPER ENQUANTO ESCREVO A CRÔNICA! Bom, eu ia dizendo, um dia, DE CASO PENSADO [Gostei, Antonio Rollim Fernando, isso, diga a verdade], cuidei o barulho dela desligando o chuveiro e abrindo a porta do box e entrei no banheiro, como se não soubesse que ele estava ocupado! Sim, eu fiz isso, VIU, VIU! [Gostei] Claro, fiz algo que não devia fazer e me arrependi, claro [Antônio Rollim, que feio, que feio] TÁ, CONFESSO: Não me arrependi nada, ADOREI ter feito aquilo, valeu a pena, mesmo depois da tunda que o meu pai me deu.
Falando no pai, lembrei doutra. Vocês já pegaram no flagra seus pais transando? Pois eu já. E essa foi por acaso mesmo. Viram, a voz da consciência nem falou nada, agora. Tinha uns seis ou sete anos, tive um pesadelo e acordei assustado, cedo da manhã. O que fiz? Fui chorar pra mamãe, claro! Daí então que duas coisas que não se deve fazer se conjuminaram: primeiro, o sr e a sra Bacamarte estavam transando de porta aberta, tendo filhos pequenos em casa; segundo, o pequeno Bacamarte não anunciou-se antes de entrar no quarto do casal. Então, foi assim. Quando me deparei com a cena, para o pequeno Bacamarte dantesca, esqueci o pesadelo na hora e voltei correndo para o meu quarto. Ninguém nunca me falou nada, mas meus pais passaram a dormir de porta fechada depois disso. E eu, claro, nunca mais entrei lá sem bater.
Coisas que não se deve fazer, como engambelar os outros. A Louise tem essa mania: quando quer minha ajuda para algo, diz que precisa de uma ajudinha rápida. Vou atender e é uma armadilha, um servição! Um amigo meu, o Manoel, um dia me convidou para um churrasco na casa dele. Cheguei lá e pior que tinha um churrasco mesmo, mas antes tinha um concreto para virar, que ele estava construindo uma peça na casa. Desgraçado, nunca mais fui na casa dele! Detesto isso. A Louise também tem essa mania, Agora pouco mesmo, me pediu para colocar a roupa no sol para ela. "Coisa demorada?" "Não, é pouca, coisa, só que tem na cadeira". Lá foi esse Bacamarte. Foi botar a mão na cadeira e: "Ai, amor, esqueci da roupa que tá na máquina, coloca no varal pra mim também". Putz, fiquei uma hora estendendo roupa! Detesto isso, é o tipo de coisa que não se deve fazer. Enquanto estava lá, colocando prendedor em roupa molhada, lembrei dos fatos acima e fui escrevendo mentalmente essa crônica. Ao voltar, a Louise fizera um café passado pra mim. Danada, já sabe muito bem lidar comigo e me manipular! 1x0 pra ela.
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).