JORNADA NA ESCURIDÃO
27 de maio de 2020
18:30minutos
Já é noite aqui na fazenda e o frio vem chegando como se fosse uma lança fria ferindo a pele da gente. Já fechei todas as janelas e portas e acreditem, coloquei meias, cachecol , sueter e casaco.
Segundo previsão climática esra fazendo 8 ou 9 graus.
Mas confesso que gosto imensamente desse frio . Gosto
Da forma como ele castiga a gente e redime a alma, as culpas, arrependimentos... Estranho pensamento não é? Mas penso, penso e gosto desse pensamento. Fazer o quê?
E olhe que não estou na pele de Andrew Morrison
personagem do livro “ JORNADA NA ESCURIDÃO “ . Ou estou? Acho que todos nós estamos sim. Afinal quem nunca conviveu com consciência pesada?
Quem nunca teve o pensamento ali martelando, martelando... Mágoas, dúvidas, arrependimento, sonhos... E de repente o frio chega e é como um anestésico
Incrível.
Aliás , há pensamentos que invadem minha cabeça sempre que termino de ler um livro. Certa melancolia, ainda que o livro não seja triste. O término de um livro é algo meio trágico para meus pensamentos. Talvez porque eu fique trazendo
Ele para a realidade. Não sei...
Então terminei de ler agora “JORNADA NA ESCURIDÃO “, do autor David A Durham, uma história triste, mas linda ao mesmo tempo. O final foi perfeito, mas um final que não é bem um final porque nos livros as histórias também podem seguir em frente e a gente pode imaginar como seguem.
Nesse livro que terminei de ler, a trama retrata a face da escravidão negra nos Estados Unidos , a luta pela liberdade e outras coisas como a história de culpas do caçador Andrew Morrison . Custo acreditar que houve uma época assim . Mas houve.
Do livro guardei muitos questionamentos e reflexões e sempre digo que um livro por mais ruim que seja sempre nos ensina alguma cocoisa. Marquei algumas frases como as do abolicionista negro Redford “ “a liberdade é o verdadeiro estado de todas as coisas”.
Concordo com ele porque a liberdade é tudo de mais sublime e foi por isso que Deus nus deu liberdade, o tal livre arbítrio.
Outra frase que marquei foi: “ as palavras acabam sempre formando desculpas...” Também concordo que tudo que falamos ou escrevemos são , nada mais, nada menos que desculpas de tudo que pensamos ou fazemos .
E assim término essa tarde com o epílogo : o choro do bebê em alto mar vindo ao mundo dentro de uma navio rumo à liberdade.
Entao eu chorei como o bebê da história . Chorei porque todos nós choramos em algum momento da vida mesmo ao final de um livro. ⁹
Sobre “ A JORNADA NA ESCURIDÃO? Eu diria na verdade que é a jornada de todos nós nessa vida quando não sabemos lidar com nossos grilhões: as culpas, os medos, os arrependimentos...