Amar para ela
Simples mulher. Doce como mel de verão. Corpo de uma menina mulher com seus dezoito anos atuais. Quem diria não falaria que ela está bem hoje pelo que passou no passado. Sofrera a própria Clemência de um nódulo no peito esquerdo e deram poucas chances dela vencer na vida. Começou com radioterapia, depois quimioterapia e por fim imunoterapia, ficando no hospital quase dois anos de sua vida. E o tratamento ficou brusco quando caíram quase todos os cabelos de sua cabeça ficando calva. E a mãe dela a Jandira comprara uma peruca para a filha se sentir melhor e se valorizar naquela fase difícil de sua existência. Quando foi ao ginecologista pela primeira vez aos quinze anos o médico pediu a ela vários exames para saber se estava tudo bem e se diagnosticou um nódulo de dois centímetros ao longo do seio esquerdo com exame simples de toque. E foi-se assim. Ela começou a chorar dizendo que não esperava ficar doente, mas a mãe a consolou. Disse-lhe que também tivera isso aos vinte e um anos mais guardara segredo para não ter preocupado a filha. A doença então se descobriu ser hereditária e mãe e filha se abraçaram. Clemência era do signo de alta vontade de vencer problemas sérios e sensatos. E cada espetada da agulha no braço, cada hora de ânsias e tonturas, vontades extremas de querer desmaiar eram uma das coisas que ocorriam nela os medicamentos usados. E os médicos falavam que ela estava respondendo bem ao tratamento quimioterápico. E sairia bem do hospital em alguns meses. Mais esses meses foram mais de dois anos até os dezoito. E comemorou dentro do hospital três aniversários dois de vida e um de alta do hospital. E saiu do hospital fazem-se alguns meses desde que ficou doente. E teria de fazer exames a cada seis meses para verificar nos próximos cinco anos se estava ou não curada do nódulo para sempre. E Clemência começou um trabalho voluntário a visitar pessoas com câncer no hospital em que fora internada e atendida com muito carinho e fraternidade. Jandira e a filha Clemência usavam o salário da mãe para darem perucas às mulheres do hospital em que a filha fora internada por causa do nódulo maligno. E com certeza esse amor pelo próximo é algo belo e de que a doença pode ser contornada se não curada com amor e carinho sinceros; e de que o amor pela arte se faz arte. E Clemência decidira ser oncologista para ajudar as pessoas mais carentes da comunidade. E a mãe apoiou-lhe nessa nova jornada de suas duas vidas. A Jandira era uma mulher de quarenta e dois anos e enfrentara o câncer duas vezes na vida, aos vinte e um e aos vinte e seis anos decorrentes. E Clemência se espelhava na linda mulher que era a mãe, pois o pai morrera de aneurisma aos trinta anos de idade e ficara as duas somente e se sustentavam com a pensão vinda do pai que já não estava presentes entre elas duas. E a mãe conseguiu uma bolsa na faculdade para a filha e ela se formou aos vinte e oito anos uma idade de ascensão de querer ser sempre mais linda.