SE EU PUDESSE...
Se eu pudesse amá-la-ia(²), mas até hoje eu não sei a razão de eu não ter conseguido amar ela, ou melhor dizendo, amá-la(³), naquela oportunidade, da foma como eu esperava.
Os fofoqueiros de plantão de minha comunidade continuam falando que ela sempre preferiu amar o tom da cor amarela dos raios ultravioletas àquele amarelo predominante da flor do girassol, quiçá tenha sido essa uma das razões do nosso desencontro afetivo naquele passado.
Inegavelmente, eu relutei muito, contra tudo e contra todos, durante um longo tempo, pensando numa maneira especial de amar ela, digo, de amá-la(³), mas não consegui.
Algum tempo depois, ao me decidir(¹) conquistá-la(³) e amá-la(³), novamente, percebi que ela nunca gostou de mim, muito menos de minha cor preferida que não é o amarelo, mas isso não vem ao caso. Contudo, seria muita pretensão de minha parte achar que, em um futuro não muito distante, ela amar-nos-ia(²) de verdade, a mim e à minha cor preferida.
Amarelamo-nos(³), por fim, eu e a minha cor, de tanto sermos preteridos por ela e pela sua cor aparentemente preferida.
Aqui e agora, após eu acompanhar por algum tempo sua tendência na escolha das cores de suas vestimentas diárias, cheguei à conclusão de que sua preferência é pela cor amarela, mesmo assim eu acabei ficando sem amar ela, ou melhor, sem amá-la(³). É osso!
P.S.: O teor descritivo do texto meio humorado acima mencionado me fez lembrar o Prof. Boa Sorte quando da administração de suas aulas da disciplina de Língua Portuguesa, lá na escola onde estudei.
Naqueles momentos descontraídos de suas aulas semanais, ele fazia questão de brincar um pouco com as particularidades lexicológicas do nosso vernáculo, a despeito do que veremos a seguir acerca da colocação dos pronomes átonos em relação ao verbo ao qual se agregam.
Já faz bastante tempo que isso aconteceu, mas ele nos ensinou que essa colocação ocorre de três formas, conforme estão indicando os números entre parênteses dos verbos sublinhados acima, sendo que eles deverão estar de acordo com as colocações pronominais sublinhadas abaixo:
(¹) Próclise: é a aposição do pronome pessoal oblíquo átono antes do verbo. Exemplo: me decidir(¹)
(²) Mesóclise: é a colocação de pronomes pessoais átonos, presos por hifens, entre o infinitivo e as desinências verbais, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Exemplo: amá-la-ia(²)
(³) Ênclise: é o fenômeno fonético que consiste na incorporação de um vocábulo átono ao que o precede, pronunciando-se ambos como se fossem um só. Simplificando tudo isso, ele diria que é a colocação do pronome obliquo átono depois do verbo. Exemplo: amá-la(³).
Confesso que ainda sinto muita saudade do Prof. Boa Sorte, que era o nome popular do Prof. Pedro Paulo Boa Sorte da Silva, titular das disciplinas de Língua Portuguesa e de Sociologia da escola local.
Bons tempos aqueles! Ali, naquela escola pública de um municipio pequeno e interiorano, nós éramos felizes e não sabíamos.
Os fofoqueiros de plantão de minha comunidade continuam falando que ela sempre preferiu amar o tom da cor amarela dos raios ultravioletas àquele amarelo predominante da flor do girassol, quiçá tenha sido essa uma das razões do nosso desencontro afetivo naquele passado.
Inegavelmente, eu relutei muito, contra tudo e contra todos, durante um longo tempo, pensando numa maneira especial de amar ela, digo, de amá-la(³), mas não consegui.
Algum tempo depois, ao me decidir(¹) conquistá-la(³) e amá-la(³), novamente, percebi que ela nunca gostou de mim, muito menos de minha cor preferida que não é o amarelo, mas isso não vem ao caso. Contudo, seria muita pretensão de minha parte achar que, em um futuro não muito distante, ela amar-nos-ia(²) de verdade, a mim e à minha cor preferida.
Amarelamo-nos(³), por fim, eu e a minha cor, de tanto sermos preteridos por ela e pela sua cor aparentemente preferida.
Aqui e agora, após eu acompanhar por algum tempo sua tendência na escolha das cores de suas vestimentas diárias, cheguei à conclusão de que sua preferência é pela cor amarela, mesmo assim eu acabei ficando sem amar ela, ou melhor, sem amá-la(³). É osso!
P.S.: O teor descritivo do texto meio humorado acima mencionado me fez lembrar o Prof. Boa Sorte quando da administração de suas aulas da disciplina de Língua Portuguesa, lá na escola onde estudei.
Naqueles momentos descontraídos de suas aulas semanais, ele fazia questão de brincar um pouco com as particularidades lexicológicas do nosso vernáculo, a despeito do que veremos a seguir acerca da colocação dos pronomes átonos em relação ao verbo ao qual se agregam.
Já faz bastante tempo que isso aconteceu, mas ele nos ensinou que essa colocação ocorre de três formas, conforme estão indicando os números entre parênteses dos verbos sublinhados acima, sendo que eles deverão estar de acordo com as colocações pronominais sublinhadas abaixo:
(¹) Próclise: é a aposição do pronome pessoal oblíquo átono antes do verbo. Exemplo: me decidir(¹)
(²) Mesóclise: é a colocação de pronomes pessoais átonos, presos por hifens, entre o infinitivo e as desinências verbais, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Exemplo: amá-la-ia(²)
(³) Ênclise: é o fenômeno fonético que consiste na incorporação de um vocábulo átono ao que o precede, pronunciando-se ambos como se fossem um só. Simplificando tudo isso, ele diria que é a colocação do pronome obliquo átono depois do verbo. Exemplo: amá-la(³).
Confesso que ainda sinto muita saudade do Prof. Boa Sorte, que era o nome popular do Prof. Pedro Paulo Boa Sorte da Silva, titular das disciplinas de Língua Portuguesa e de Sociologia da escola local.
Bons tempos aqueles! Ali, naquela escola pública de um municipio pequeno e interiorano, nós éramos felizes e não sabíamos.