EU QUERO 1GB DE MEMÓRIA RAM

Vida boa essa que eu tenho aqui em casa. A maior parte do tempo eu fico descansando, economizando energia. Às vezes ouvindo música, passeando por lugares interessantes, adquirindo conhecimento.

Ah! Suzana, Suzy, para os íntimos como eu, o toque macio de suas mãos adolescentes, a delícia das conversas picantes com as coleguinhas. Esses papos sem conteúdo aparente trazem muito significado se for bem ouvido.

A dona Rita, nem te conto! A preocupação que ela tem comigo, com os outros também. Gosta muito de buscar coisas interessantes, principalmente ligados à culinária, para o carinho que, muito dedicada, realiza-se ao distribuir.

O seu Olavo, velho guerreiro, gosta muito de jogar cartas comigo, esse é fera, gente muito boa!

Epa!

Lá vem ele outra vez. Boa pessoa, nada contra o Maurício. Às vezes a gente fica aqui um tempão só na estratégia. Acontece que, eu não sei porquê, de vez em quando, o cara fica endiabrado fazendo eu trabalhar como louco, exigindo demais da minha capacidade de concentração, num ir e vir frenético, que me deixa confuso, a ponto de perder o controle e, acabo por entrar em colapso. Parece que me faltam recursos de memória – neurônios daqui a algum tempo – para que eu possa executar o trabalho a contento, realizar as sinapses necessárias e poder acompanhar com equilíbrio essa necessidade compulsiva de quem me conduz.

É por causa desses momentos hiperativos que eu, servilão, me encontro amiúde a lamentar: quem dera eu tivesse 1 GB de memória ram!