A Polícia e o Coronavírus
A polícia, nas suas operações, deve ter o cuidado para não dar carona ao Coronavírus até às suas unidades e/ou cadeias.
Sabemos que a situação que estamos a viver é crítica e que é necessário as pessoas ficarem confinadas nas suas casas, cumprindo o estado de emergência decretado. E, para garantir esse confinamento, a Polícia, as vezes, realiza operações para prender quem estiver na rua sem uma justificação plausível. Bom trabalho, mas, é preciso não perder-se a noção de que, na base do estado de emergência está a não propagação do Coronavírus (invisíveis), quer dizer, evitar que os vírus atingem um maior número de pessoas. Então, o polícia, ao interpelar os cidadãos na rua, levar-lhes nas suas unidades e/ou cadeias, não estará a agir contra o objectivo de evitar a propagação do vírus? Visto que, nas suas actuações não realiza-se teste nenhum para saber se o indivíduo está contaminado ou não e, no destino tem outras pessoas membros de famílias.
Concordamos que diante dessa situação em que o inimigo é invisível, somos todos suspeito. Mas então, não seria melhor a Polícia encaminhar os apreendidos para os hospitais a fim de serem testados? De maneira a filtrarem os contaminados dos outros e, levarem para suas unidades e/ou cadeias apenas os que testarem negativo, deixando os positivos lá para serem tratados!? Ou, qual é o objectivo da Polícia afinal? Evitar a propagação, com os métodos que aqui estão a utilizar, não acredito. Pois, vejo mais risco de um possível contaminado contagiar mais gentes nas unidades e/ou cadeias que sua própria família confinada.
Há dias, quando estava de regresso a casa, vindo dum bairro onde deixei alguém que dei boleia, prenderam-me, às 17:00', porque não tinha uma declaração para circular naquela hora (segundo o polícia). Escoltaram-me até uma unidade onde, em poucos minutos, ficou cheio de gentes e viaturas apreendidas, junto com os próprios polícias, sem se observar as regras de distanciamento físico. Lá, todos civis aguardavam, impacientes, a resolução de seus casos. Depois de aproximadamente 2 horas, soltaram-me porque um polícia mais lúcido ajudou-me a dizer ao comandante que tinha uma criança doente em casa. Não sei o que aconteceu com os outros...
Portanto, será que o objectivo nessa fase é (re)educação? Se for, acho melhor que os Agentes da Ordem resolvem já, pedagogicamente, nos locais onde as pessoas são interpeladas e, que levam para as unidades, só casos mais graves!