CORRA, AINDA DÁ TEMPO
Há sentimentos que nunca serão palavras. Eu li isso em algum lugar da internet e achei interessante, porque tenho levado cada vez mais em conta que momentos íntimos e de muito afeto devem ficar guardados com a gente.
Agora pouco terminei um café, bocejando de sono. Essa noite promete fazer frio e amanhã é mais um dia que acordo sem nenhuma esperança. Alguém contou quantos dias estamos em quarentena?
A caneta já não me obedece mais. O papel parece mais branco do que antes e sinceramente acabei de mudar de ideia sobre o que eu iria escrever. Mas pensei numa palavra: Reciprocidade.
Estamos em 2020, no Brasil, às vésperas do caos econômico- vivenciando uma pandemia. Também estamos discutindo sobre relacionamentos contemporâneos, maneiras de não enlouquecer e como ser produtivo nesse período de isolamento social (lembrando que não é um problema não ser produtivo nessa quarentena).
Estamos passando o dia num escritório fechado ou apenas deitado na cama. Lutando contra o tédio, contra a mídia, contra a China? Cadê a nossa santa vacina que vai nos curar e nos permitir botar as caras nas ruas? Nós que estamos vendo tanta gente morrendo, vamos valorizar de verdade a nossa vida quando esse vírus acabar?
A vida está nos oferecendo uma nova chance, meu caro leitor. Digo meu caro, porque espero que a gente se torne íntimos daqui pra frente. Afinal, imagina que benção será se permanecemos vivos e ainda fazendo o que de fato gostamos: escrever.
Reciprocidade. Tenho um apreço por essa palavra, ela não é simples, mas é simpática. Já pensou que coisa boa ouvir do seu amado que o amor dele por você é recíproco? O que indica que o amor é correspondido. O amor requer reciprocidade.
Quando o período de isolamento chegar ao fim – ao invés de continuarmos vivendo em um mundo onde o desapego é mais importante que o amor, espero de verdade, que sejamos capazes de demonstrar e retribuir os sentimentos bons através das ações e não só das palavras.
Sairemos pelo menos 1% transformados – e talvez valorizando mais a vida, os animais, o toque, o abraço, família, os amigos, etc. E principalmente quem nos manteve vivos aqui, o Criador.