O correr da vida embrulha
Dizia o poeta Guimarães Rosa: "O correr da vida embrulha tudo./ A vida é assim: esquenta e esfria / aperta e daí afrouxa / sossega e depois desinquieta/O que ela quer da gente é coragem”.
No correr da vida, os cenários são diversos. A vida tem algo particular, é expert em oscilar. Essa instabilidade "embrulha", trás desconfortos. No entanto, esse incômodo tem um lado positivo. Ele nos provoca. Ele nos motiva. Ele nos faz caminhar. Nos faz sair do lugar.
Alguém perguntará: Por que você está inquieto? O que foi, está com formiga na bunda?
Penso, mas não respondo: Não!...é que não gosto da vida confortável, é desagradável. Ela impede meu progresso. Impede meu avanço...
Não há dúvidas, viver é ter desconfortos. Que bom que é assim! O desconforto é a mola propulsora. É força motriz motivadora. O desconforto é inquilina da vontade. Sem desconforto não existe vontade. Munido de vontade você vai. Se mexe. Não fica estacionado.
Quando vejo alguém motivado fazendo algo, em tese essa pessoa está desconfortável. Esse incômodo à movimenta. O incômodo é fundamental pra mudança vir à tona. Sem incômodos, nada muda, tudo permanece.
Estar acomodado é viver na inércia. É esperar por peixes, com o anzol fora da água.
O conforto trás acomodação. Conforto é a caverna do acomodado. Quem vive acomodado, anda de mãos com "o mesmo". Pra vencer "o mesmo" é preciso, no mínimo, muita coragem. Realmente, o poeta Guimarães tem razão, a vida exige de nós coragem. Coragem pra enfrentar o desconforto não é pra gente covarde. O covarde gosta mesmo é do conforto da sua acomodação.
Bendito desconforto, por sua causa me mexo, vou adiante, caminho mais um pouco!!!!