Era uma vez....a vida

Era uma vez um mundo que me contava histórias tradicionais com finais felizes e eu escutava-as sem pestanejar, uma a uma. Um mundo, onde tudo acabava bem.Via-me dentro dele e podia fazer escolhas .

Só queria as de belas cores, castelos encantados, caminhos floridos cheios de sombras em florestas com duendes travessos, de contos de fadas belas e boas daquelas que, com varinha mágica transformavam abóboras velhas em douradas carruagens prontas para um passeio mágico. As más, as que viravam bruxas, ignorava-as. No meu mundo não existiam vassouras voadoras, não se comiam maçãs envenenadas e ignorava-se maléficas feiticeiras enfeitiçando princesas que mergulhavam num sono profundo após picarem um dedo na roca de fiar.

Foi esse o meu mundo, e a ele devo os melhores momentos da minha existência. Como eu quis que ele assim continuasse e se tornasse minha realidade mas, não foi bem assim! Bem cedo apercebi-me não poder tirar fadas más e bruxos ruins, dos meus caminhos.Eles existem e estão bem ao nosso lado. Com maior ou menor brevidade nos apercebemos estar dentro de uma realidade muito competitiva, agressiva e ambiciosa.

Enchi-me de forças e enfrentei-a cara-a-cara, no entanto sem nunca renegar os melhores momentos da minha existência que, apesar de encantados nunca me impediram de crescer e entender que tudo contribuía para adquirir maturidade. Na verdade, algo intrínseco à natureza humana.

Aquele mundo, aquele... guardei-o dentro de mim agarrado a um pedacinho de esperança que surgisse alguém que me mostrasse, em transparência admirável e inspiradora, o sentido da vida. Alguém que não agisse contra suas próprias verdades mas que tivesse conhecido, também, um mundo bom por muito longínquo que ele esteja hoje. Um homem de cabeça, criativa e brilhante que me ajudasse a chegar outra vez a florestas de muitas sombras e duendes entusiasmados pela vida. E, ele apareceu mas...por tão pouco tempo.Não pude provar que a vida ainda é uma aliada valiosa ou, não quis ele doar-se, talvez, juntar suas fantasias às minhas. Negou-se a dividi-las com quem acreditou nele.Não me tratou como prioridade, nem por um instante. .Decepcionada? Sim !

Ah, o romance! Será que eu romantizei demais? Mistifiquei, fantasiei? Mas, não é por tudo isto que a vida se torna mais bela, um fardo mais leve para se carregar?

Talvez tivesse de passar por um teste, ou como lição a ser guardada para o resto da vida?! Coisas que temos de ultrapassar para poder seguir em frente de malas e bagagem, e desfrutar do resto desta nossa longa viagem por este mundo.

Teresa S Carneiro
Enviado por Teresa S Carneiro em 22/05/2020
Reeditado em 22/05/2020
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