Condor
Nos anos 1960/70 um dos redutos boêmios em Belém foi a Praça Princesa Isabel, bairro da Condor.
Se pronuncia “Condo”, apenas isso.
A área era chamada simplesmente “Condor”. “Vamos a Condor” – era ir para a farra.
Muitas prostitutas – hoje são as garotas de programa. Prostituição rolava livre, gerando renda para as meninas, donos dos bares.
E vendedores de sopa, churrascos de gato, café, mingau. E coisas que não recordo.
Quase todas as capitais tinham suas “zonas”. E ainda têm, embora com menos ímpeto, imagino.
Nesse período o país estava nas mãos dos milicos (Exército, Marinha e Força Aérea).
A praça ficava à orla do rio Guamá e dois bares marcaram presença, o São Jorge e Palácio dos Bares. Também o Royal e Patesco.
No fim da década de 60, e parte de 70, recordo (eu era jovem): tocava-se muita música estrangeira. Nas rádios e nesses antros (bares e boates).
O pessoal gostava, curtia bastante, particularmente jovens.
Rock principalmente Mas tinha espaço para a turma nacional, os boleros, jovem guarda, sambas.
Por vezes rolava confusão, brigas, no pedaço. Ia lá algumas vezes, gostava de ouvir as músicas, conversar com as mulheres, quando dava, “ficava junto” com alguma.
Vida de jovem tem disso...
Tempo em que não havia HIV, violência em excesso, assassinatos banais. Não, era menos...
Brigas quase sempre envolvendo militares, fuzileiros navais, soldados do Exército, da Aeronáutica, marinheiros, PMs.
Conto isso porque a gente envelhece e começa então a recordar, reviver o passado, vez por outra.
Amanhã, quando os jovens de agora ficarem velhos, será a mesma estória.
Entendo ser saudável lembrar os bons momentos. Claro, cada um recordando o que viveu, ao seu modo.