Vinho bom não dá ressaca

Boa tarde meus 23 fiéis leitores e demais 36 que de quando em vez vem aqui ver se esse Bacamarte é como o vinho, ou seja, se vai escrevendo melhor com o passar do tempo. Só não vão tomar um porre literário e depois vomitar letrinhas, ficando com uma ressaca crônica.

Sábado passado, dia 17, eu a a Louise resolvemos tomar um vinho que há tempos tínhamos guardado. Para comer, uns salsichões de frango assados. E só. Ao ler uma crônica chamada Filme Arretado, do Dartagnan Ferraz, decidi na hora:

- Louise, vamos olhar o filme Casablanca enquanto degustamos o vinho e comemos?

- Mas tu nem é muito chegado nesse filme, amor.

- Ah, li uma crônica no Recanto e fiquei com vontade de ver.

Bom, servidos os salsichões, abri a garrafa do Aurora 85 anos, da Serra Gaúcha - presente de amigos, enviado do Rio Grande -, um tinto seco cabernet, safra 2014, e ligamos o DVD.

Realmente, não sei o que estava melhor, tudo perfeito. Nunca vira Casablanca com a devida atenção, creio. Assistindo-o pelos olhos do Dart, entrei no drama. O filme é de 1942 e muitos dos artistas que participam encontravam-se realmente asilados nos Estados Unidos, oriundos da França ocupada, como a bela atriz Madeleine Lebeau, com 19 anos na época, que interpreta a amante rejeitada de Rick, dono do bar onde se passa a maior parte da trama - ele, interpretado por Humphrey Bogart, é uma das personagens principais do filme, ao lado da atriz sueca Ingrid Bergman.

Numa cena antológica, as pessoas do bar cantam a Marselhesa para abafar os nazistas e suas canções. Conseguem. Madeleine chora de fato ao final e grita Viva la France! Casablanca, no Marrocos, era uma região não ocupada da França. Madeleine foi a última artista do elenco de Casablanca a morrer, em 2016, aos 92 anos. A personagem que mais me cativou foi Victor Laszlo, o líder político tcheco perseguido pelos nazistas. Uma figura humana de alto valor, um cara de muita integridade e grandeza.

E foi isso, uma noite maravilhosa, a melhor que poderíamos ter nesse tempo de pandemia. Na manhã seguinte, acordei muito bem disposto. Realmente, o vinho era muito bom, assim como o filme. Valeu pela indicação, Dart. Nada como ler um bom cronista, no caso, ele, não eu.

Fui. Inté.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 22/05/2020
Reeditado em 23/05/2020
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