QUEM GOSTA DE GATO

O gato lá de casa faleceu; quer dizer mataram! Passagem árdua e estranha: a morte. Principalmente quem tem irmãos mais novos, era uma felina, não tinha nome - sempre que procurávamos tínhamos por (gatinha). Preguiçosa, comilona e quieta e; por tais motivos mesmo não sei o por quê um filho (a) da puta entrega veneno ao bicho desse... daí vemos a tragédia da morte; sem velório, lápide ou reza, apenas foi-se. Até explicar que a gatinha está num lugar melhor que, o sofrimento acabou e todo aquele sermão do qual o adulto tende à criança e o mesmo se enrola - fica uma nuance da fragilidade atormentante; poxa nunca mais veremos a gatinha! Não faço um discurso demagogo ou dramático mas; nunca vi aquela criatura entoar um miado! Até com fome esperava sua vez (porque temos mais um). A morte é como o assalto: assistida na televisão, lemos na revista, ouvimos do parente e sempre achamos que não vai nos atingir - bom atingiu... grotesco você saber que nunca mais verá o gato ou a pessoa, quem deu o veneno ou pode está feliz ou mais ególatra, antes ainda mais: ego-histeria deve ser o termo que fez a judiação devido todo louco precisar de um gatilho para sua maluquice. Mesmo o desgraçado (a) não sabendo tais termos. É clássico mortes assim, nem preciso mencionar que vêm de pessoas que não gostam de animais, mesmo ela sendo um. É de tal ignorância que mal sabe a espécie que à faz parte. O moleque que perdeu a gatinha tá mais forte hoje, não era nossa desde pequena... achada na rua foi pra casa matar a fome e nunca mais saiu, hoje em dia ela mata a alegria, aliás, já matou. Hoje tá morta e a vida continua seguindo seus rumos. Isso é só pra você ter clareza de que a vida é pó, um dia retrato e noutro nem lembrança e os cruéis ainda vivem.