Isso é amor?

Estes dias estava conversando com uma amiga. Estávamos falando sobre relacionamentos, sentimentos e por aí vai. Ela me confidenciou que, às vezes, tem receio de se deixar sentir. Por medo de se envolver e se machucar. Geralmente, esse medo é bagagem que vem de relações passadas onde ficaram marcas.

Conversando com ela, falei de como tinha sido meu último encontro. Como tinha sido estar juntos, depois de algumas semanas só com o contato virtual. Então, com todo o seu romantismo furtivo, ela pergunta: E quando vocês se viram, como foi? Você sentiu o coração acelerar? As mãos suaram? Como é?

Eu pensei por uns minutos, então comecei a contar como foi. Senti o peito inchar. Senti segurança. Guerra e paz num mesmo lugar. Não consigo expressar bem, como foi matar um pouco dessa saudade. Só sei o que eu queria. E esse momento era tudo o que eu queria. No seu abraço, eu me esqueci por um instante de todo o resto. Dos poréns e conclusões alheias. Até porque, ali era só a gente, sendo quem somos de verdade e mais ninguém.

Então ela diz: Você acha que isso é amor? Ou não se atreve a definir como?

Mais uma vez, silêncio. Depois de avaliar, respondi: "me atrevo a dizer que sim, mas não algo fantasioso". Mesmo porque acredito que o amor seja uma construção. Tem etapas e intensidades. Demonstramos. Sentimos. Declaramos. Oficializamos. E por aí vai. Em alguma hora chega ao ponto de dizer o “eu te amo”, mas mais importante não é o falar, é o demonstrar. Amemos por atos.

Amor se constrói.