LEMBRANDO DA JARARACUÇU
Itapevi, um dia qualquer de uma semana passada em um mês e ano esquecidos, o fato trago comigo.
Aposentado, de boa, muito tempo de sobra e atoa, Um dos vizinhos pediu-me para capinar sua chacrinha, um dinheirinho a mais honestamente nunca é de menos.
Enxada na mão inicia o dia com capinação
Walter, amigo velho de outras jornadas de trabalho colabora na tarefa
Quase quinze horas, dia ensolarado, trabalho quase terminado, subo para pegar uma garrafa de água, sem novidade alguma, mas no momento do retorno uma Jararacuçu, atravessando a escada, tamanho aproximava de um metro e trinta mais ou menos
Ao vê-la fico parado, O que fazer?
Ela parada estática no caminho nenhum movimento, penso que ela pensa “Vou ficar aqui parada para ele pensar que sou um galho no caminho”
Penso por mim, “se ela pensa que vou pensar que ela é um galho jogado, pensou errado”
Tem um balde vazio nas proximidades, pego e coloco próximo a ela, tenho consciência e seguro no que faço,
Grito pelo Walter para auxiliar na captura, cobra se esconde em baixo de alguns cacos de telha, e lá vamos os com cautela, tira uma, tira duas, três pedaços de telha, ela tenta escapar, mas nos a acuamos perto de uma árvore, Ela se embola para dar um bote, mas a distância em que estamos é segura.
Olha-se aqui, procura, ali encontramos uma peneira, nova cutucada com uma vara de tamanho propício, nova correria da cobra e nós no encalço;
Finalmente conseguimos capturá-la com a peneira. Na real mais o Walter do que eu.
Um pedaço de madeira faz-se uma pequena cavidade no chão para que ela consiga por a cabeça para fora da peneira e fugir, deu resultado ao tentar sair foi pega, agora eu frente ao balde com a tampa do mesmo na mão e a Jararacuçu na mão do Walter,
Ele a joga certeiramente dentro do balde e eu o tampo quase que instantaneamente.
Felizes por não a termos machucado, não somos dos que querem matar a cobra para mostrar o pau (rsrsrsr)
Lá vamos nós para uma mata um pouco mais distante e sem pessoas morando nos arredores. A estrada de terra fica bem abaixo do barranco terreno acima aproximadamente 2 metros, Subo, o Walter passa-me o balde, deito o na mata, abro a tampa e liberto a cobra, ela começa a sair do balde e eu pulo barranco abaixo.
Voei, segundo o Walter.
Lá se foi a Jaracuçu, para sua liberdade e novas aventuras, Se ainda está viva não sei
Cá estou eu vivo, relembrando páginas de minha vida se estou vivendo eu não sei.
(arnor milton)