A RAINHA E A IRMÃ GÊMEA OU AS RAINHAS ? - IALMAR PIO SCHNEIDER - Após tanta polêmica envolvendo o assunto, não seria de se perguntar se as duas não mereceriam ser coroadas ?! A meu ver, sim. É provável que um plebiscito apontaria para esta solução

A RAINHA E A IRMÃ GÊMEA OU AS RAINHAS ?

IALMAR PIO SCHNEIDER

Após tanta polêmica envolvendo o assunto, não seria de se perguntar se as duas não mereceriam ser coroadas ?! A meu ver, sim. É provável que um plebiscito apontaria para esta solução salomônica, uma vez que sempre se tem dito por aí “que melhor que uma são duas ou mais”. Consta que “Salomão, rei dos hebreus (1032-975 a.C.), considerado um governante sábio e criterioso”, tinha mil mulheres, o que não deixa de ser um exagero, apesar de ter sido há tanto tempo. Só para constar, pois não é o foco da questão e nem vem ao caso.

Partindo da premissa de que beleza não paga imposto, e as duas são lindíssimas, nada mais justo do que coroá-las ambas. Quando entrevistadas pela televisão, aqui em Canoas, na ULBRA, Faculdade de Odontologia, onde estudam, se preparando para o futuro, enquanto a Fabiana chorava, a Daniele sorria, e o quadro me pareceu celeste e lembrei-me de dois sonetos antológicos, um de autor brasileiro romântico por título FORMOSA, de Maciel Monteiro (1804-1868), “Formosa, qual pincel em tela fina / Debuxar jamais pôde ou nunca ousara; / Formosa, qual jamais desabrochara / Na primavera a rosa purpurina; // Formosa, qual se a própria mão divina / Lhe alinhara o contorno e a forma rara; / Formosa, qual jamais no céu brilhara / Astro gentil, estrela peregrina;/ / Formosa, qual se a natureza e a arte / Dando as mãos em seus dons, em seus lavores / Jamais soube imitar no todo ou parte; // Mulher celeste, oh! anjo de primores! / Quem pode ver-te, sem querer amar-te ? / Quem pode amar-te, sem morrer de amores ?!”. - e outro do poeta espanhol Lope de Vega (1562-1635), SONETO: “Daba sustento a um pajarillo um día, / Lucinda, y por los hierros del portillo / fuese de la jaula el pajarillo / al libre viento en que vivir solía. // Con un suspiro a la ocasión tardía / tendió la mano, y no pudiendo asirlo / dijo, y de sus mejillas amarillo / volvió el clavel que entre su nieve ardía. //? A dónde vas por despreciar el nido, / al peligro de ligas y de balas / y el dueño huyes que tu pico adora? “ // Oyóla al pajarillo enternecido / y a la antigua prisión volvió las alas, / que tanto puede una mujer que llora.”

Pode parecer muita poesia, mas quando se trata de beleza em dose dupla, nunca é demais. A bem da verdade, nós canoenses, também fazemos parte deste contexto, pois como já foi dito acima, as duas estudam neste terra acolhedora e aqui vêm beber água na fonte do saber para o amanhã promissor que as aguarda. E as duas rainhas ? Uma poderia ficar para Caxias do Sul e outra para Canoas e tudo estaria resolvido.

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Poeta e cronista

Publicado em 24 de abril de 2000 - no Diário de Canoas.

Ialmar Pio
Enviado por Ialmar Pio em 20/05/2020
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