E o invisível vai usando de sua propriedade de abrandar a sua periculosidade, para levar, sem direito a despedida, aqueles que nos são caros.
Se pudesse ver o perigo de frente, feito arma na mão do assassino será que sua reação seria fugir ou esperar o golpe?
São mais de 17 mil mortos em pouco mais de 3 meses e uma dor lancinante que vem pedir carona na empatia pra fazer escorrer na face, as lágrimas de quem, diante do imprevisível, enterra a dor em urnas espirituais, já que a despedida é abortada e o último adeus é feito em silêncio, como se rendesse o último suspiro como reverência.
A Covid 19 é uma doença de alta transmissibilidade capaz de dizimar milhares em dias, mais que soldados em guerra. É uma pandemia! E o Brasil, o país da disparidade social gritante, do amplo território e da corrupção foi infectado.
E como não há remédio que cesse, resta a tomada de decisão com base na ciência, tão desvalorizada e negligenciada, nos últimos tempos.
Minas Gerais tem quase 110 mil suspeitos da doença e realiza uma média de 400 exames por dia e de acordo com a secretaria de saúde do estado, exames não definem a verdade sobre os casos.
Hoje a dor que me toma é a mesma da Alice que enterrou a filha de 17 anos que diagnosticada com dengue, teve a internação negada por falta de leito e morreu sem direito a recursos de saúde dignos, em Niterói;
É também a dor que toma a família da Mírian, uma fisioterapeuta carioca, que perdeu a mãe e dois tios diagnosticados com a doença;
É da Célia, que em São Paulo, trabalhava como doméstica na casa de Joana que fez uma”resenha” onde três pessoas tinham a doença e ela foi vitimada;
É da Dirce que perdeu o filho médico, 32 anos, que era de Belém;
É do Pedro, motorista da ambulância cuja mãe viu pela última vez, numa urna, num carro de funerária, que mudou o trajeto para dar esse “consolo”;
É da Rosemeire, mãe da auxiliar de enfermagem que ia completar 40 anos com uma festa planejada desde 2015;
É da família do Sr. João de Manaus que não tendo coveiro para a realização do enterro, o fez com pedaços de madeira e metal. Enquanto a terra era empurrada para a cova, a dignidade ia se despedindo, num soluço.
São tantos rostos, tantas histórias abortadas em segundos, tantos amores desfeitos, tanta dor, tanta tristeza encapsulada... Porque a vida continua... É, a vida continua.
Cada um que foi enterrado tinha um Registro Geral que foi “baixado” por um perigo invisível. Mas esse registro só tem valor para alguns, se trouxer na denominação o sobrenome que lhe cabe.
Hoje é um dia triste... Os dias tem sido assim... Mais de mil mortos em 24 h: 1179! E um silêncio de sepulcro. Quando a Itália registrava uma média de mil mortes por dia, parecia que doía mais no brasileiro, que solidário até é, mas não consigo.
19/03 - total: 7 óbitos
19/04 - total: 2.462 óbitos
19/05 - total: 17.971 óbitos
E você, aí? Está bloqueando a Pugliese por suas atitudes irresponsáveis e fazendo “resenha” no sítio?
Está passeando nos parques e fazendo caminhadinhas pra queimar as calorias?
Está levando a família pra fazer compras em conjunto no supermercado?
Se há um consolo, ao menos para mim que sou cristã, ouso dizer: Deus está vendo...
Se pudesse ver o perigo de frente, feito arma na mão do assassino será que sua reação seria fugir ou esperar o golpe?
São mais de 17 mil mortos em pouco mais de 3 meses e uma dor lancinante que vem pedir carona na empatia pra fazer escorrer na face, as lágrimas de quem, diante do imprevisível, enterra a dor em urnas espirituais, já que a despedida é abortada e o último adeus é feito em silêncio, como se rendesse o último suspiro como reverência.
A Covid 19 é uma doença de alta transmissibilidade capaz de dizimar milhares em dias, mais que soldados em guerra. É uma pandemia! E o Brasil, o país da disparidade social gritante, do amplo território e da corrupção foi infectado.
E como não há remédio que cesse, resta a tomada de decisão com base na ciência, tão desvalorizada e negligenciada, nos últimos tempos.
Minas Gerais tem quase 110 mil suspeitos da doença e realiza uma média de 400 exames por dia e de acordo com a secretaria de saúde do estado, exames não definem a verdade sobre os casos.
Hoje a dor que me toma é a mesma da Alice que enterrou a filha de 17 anos que diagnosticada com dengue, teve a internação negada por falta de leito e morreu sem direito a recursos de saúde dignos, em Niterói;
É também a dor que toma a família da Mírian, uma fisioterapeuta carioca, que perdeu a mãe e dois tios diagnosticados com a doença;
É da Célia, que em São Paulo, trabalhava como doméstica na casa de Joana que fez uma”resenha” onde três pessoas tinham a doença e ela foi vitimada;
É da Dirce que perdeu o filho médico, 32 anos, que era de Belém;
É do Pedro, motorista da ambulância cuja mãe viu pela última vez, numa urna, num carro de funerária, que mudou o trajeto para dar esse “consolo”;
É da Rosemeire, mãe da auxiliar de enfermagem que ia completar 40 anos com uma festa planejada desde 2015;
É da família do Sr. João de Manaus que não tendo coveiro para a realização do enterro, o fez com pedaços de madeira e metal. Enquanto a terra era empurrada para a cova, a dignidade ia se despedindo, num soluço.
São tantos rostos, tantas histórias abortadas em segundos, tantos amores desfeitos, tanta dor, tanta tristeza encapsulada... Porque a vida continua... É, a vida continua.
Cada um que foi enterrado tinha um Registro Geral que foi “baixado” por um perigo invisível. Mas esse registro só tem valor para alguns, se trouxer na denominação o sobrenome que lhe cabe.
Hoje é um dia triste... Os dias tem sido assim... Mais de mil mortos em 24 h: 1179! E um silêncio de sepulcro. Quando a Itália registrava uma média de mil mortes por dia, parecia que doía mais no brasileiro, que solidário até é, mas não consigo.
19/03 - total: 7 óbitos
19/04 - total: 2.462 óbitos
19/05 - total: 17.971 óbitos
E você, aí? Está bloqueando a Pugliese por suas atitudes irresponsáveis e fazendo “resenha” no sítio?
Está passeando nos parques e fazendo caminhadinhas pra queimar as calorias?
Está levando a família pra fazer compras em conjunto no supermercado?
Se há um consolo, ao menos para mim que sou cristã, ouso dizer: Deus está vendo...