IMORTAL
O partizan Robert Jordan, no romance" Por quem os Sinos dobram", de Ernest Hemingway, se prepara para um ato de guerrilha contra o exercito de Franco,na Espanha , deverá explodir uma ponte, sendo um perito nesse tipo de ação guerrilheira, dias antes de cumprir a missão, diz que é muito melhor ser alegre porque todos os firmes e bons o são já que se é imortal enquanto se está vivo.
Robert sabe que pode morrer no cumprimento da missão.
Um amigo meu que é bioquímico me disse que o vírus vai passar por todos nós, a maioria vai apenas espirrar ou tossir.
Eu penso, estamos como Jordan? Diante da possibilidade de uma explosão por que não encarar a possibilidade da morte enquanto somos imortais?
Queremos viver, é claro, mas talvez exista uma espada enorme por cima de nossas inúmeras cabeças.
Ainda não tínhamos sentido isso, essa proximidade da morte, essa cisma.
Será que o motorista em altíssima velocidade sente isso?
Mas a verdade é que o medo está no ar, apesar do sol que está entrando descaradamente ali pela janela da sala. acompanhando um vento que abriu o livro todo, folheando-o de seu jeito. como pra reforçar o pensamento de Jordan- ainda sou imortal.