Patriota sim, nacionalista nem tanto.
Sou 100% patriota, mas nem tanto nacionalista. O processo histórico da construção da cultura brasileira foi forjado pela espada de D.Pedro e transportado pela nau de Cabral. Como se, mercadores, saqueadores e ladrões fossem heróis.
Mas essa história não teve um final feliz, e não vale a pena ver de novo. O contexto da narrativa trata-se dos gostos, quereres e identidade. Dizer que amo amar a Bahia, é uma redundância pleonástica. Não cabe em palavras, só no coração.
Contudo, não significa que identifico-me com os costumes e práticas de algumas culturas baianas. Nem todo baiano é da religião de matriz africana, assim como não sou. Também não ouço axé. É uma questão de identidade e referência.
Muitos artistas baianos não caíram no meu gosto literário e musical. Não fico presa ao nacional ou internacional, depende do momento. Uma coisa é líquida, a mesmice é o tédio do meu ócio. Talvez, por permitir-me viajar muito, os meus sentidos pegaram carona.
Nem que fosse nas asas dos livros e internet. Entretanto, não abro a boca com vontade para outra culinária, só a baiana. O que é que a Bahia tem? Acarajé, abará, moquecas, feijoada, caruru, vatapá, mocotó e temperos fortes.
A pimenta reforça o meu jeito. Tenho um espírito subversivo, inquieto e latejante; e um coração estúpido e melodramático. Azar o dele, que fique preso às memórias e raizes! Diferente de minhas vontades, e o meu pensamento é alforriado de interpretações.
Nada em mim é normal, a começar pelo significado do meu nome, Jaciara, senhora da lua. Eu mereço! Por enquanto, vou fazer um sacrifício enorme, de escolher entre as praias paradisíacas da Bahia, um cantinho para afogar os meus ânimos.
Sem perder a esperança de chorar um pouco em Cancún, Baía do Sancho, Aruba, Mile Beach, Paradise Beach e nas ilhas turcas. Quem sabe, ficar entediada nas ilhas gregas ou sorrir à toa na praia do Patacho, praia do Amor e Tibau, São Miguel dos Milagres e Maragogi.