NOSSA EXISTÊNCIA. SUA HISTÓRIA EM POUCAS LINHAS.

O tempo é vento e luz, a velocidade da luz é ponderável na imponderabilidade, é irmã do vento no tempo.

Só existimos como espécie datam cento e vinte mil anos.

O que é esse espaço temporal dentro da vasta celebração do tempo, que haure e exaure, revolto e avassalador? Um sopro...

Nas mãos humanas escreveu-se a origem do tempo e do mundo, e as maiores inteligências decretaram: nada existe sem que algo exista antes, mas o inicio é enigma.

E vamos de passo em passo indagando o começo na vertigem abismal de nossa acanhada inteligência. Os passos são poucos, a estrada interminável, o mergulho sem fim.

E a linguagem tão pretendida de arroubos explicativos, pobre linguagem, de tantos sábios do nada, tem só sessenta mil anos.

Que são sessenta mil anos para quem nada pode explicar do começo? Nada....

Vale o conforto da busca na fé das certezas incertas, que explodem nas surpresas de uma existência breve.

Plantamos datam doze mil anos, colhíamos e caçávamos antes, a inocência dava o tom de uma vida mais breve ainda, menos sofrida, sem disputas relevantes, sem glórias, gloríolas e vãs glórias, sem pensamentos salvacionistas para melhorar o convívio que continua a desestimular as vontades de uma harmonia que o egoísmo aborta.

E vive-se trôpego no temor das guerras sem controle, onde a pouca inocência existente sucumbe. Mata-se a infância nas guerras. Morre o futuro melhor. Quando morre uma criança perde-se o maior valor da humanidade, a esperança que lapida o diamante.

Perde-se a consciência no “Vale do Aflitos”, torturados pelo mal dos desejos que matam as crianças, roubam a educação, esmagam a honestidade, compram a virtude, sacrificam a honradez, antecipam a morte, estupram os direitos na amarga corrupção que se alastra, peçonhenta e rasteira, cínica e desassombrada, a enfrentar a vergonha do caráter desavindo, o mau caráter.

E existimos datam só cento e vinte mil anos.

E chega a surpresa do desconhecido, fenômeno nunca visto nessa proporção globalizada, e faltam respiradores, para salvar vidas, e a corrupção asfixia mais os que de respiradores necessitam.

Qual a maior calamidade, nossa existência ou o vírus...ou as leis que não eliminam o mal e os criminosos?

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/05/2020
Reeditado em 31/05/2020
Código do texto: T6949993
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