MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO (Será?)
Eu não tenho dúvidas de que a invasão não autorizada desse vírus irá provocar mudanças significativas no mundo todo, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos pessoais. Venho percebendo que isso já está acontecendo, mesmo o invasor ainda estando presente. Não pelo uso de máscaras (algumas sem efeito algum) ou pelo isolamento social, mas pelos olhares de desconfiança e até de desprezo de uns para com os outros. Se você se aproxima, te olham feio e se afastam imediatamente como a pensar: “por que esse idiota não fica longe de mim?” Esta, em minha opinião, será a maior das “mudanças” que irá ocorrer em futuro breve, ou seja, o isolamento social facultativo vai terminar e terá início o isolamento pessoal o que, penso eu, será mais longo e maléfico do que o outro. O filósofo Mário Sérgio Cortella fez uma colocação que eu venho defendendo desde que teve início esta fase de desalento. Disse ele: “Esta pandemia não vai nos redimir”. E não vai mesmo. Depois que passar a fase dos isolamentos, onde estávamos em estado letárgico, tudo voltará a ser tal como “antes no quartel de Abrantes” (sempre teremos as honrosas exceções). Sou muito cético em tudo que se refere a mudanças de comportamento e não será desta vez que irei acreditar nisso. Vou citar três exemplos atuais: o primeiro deles é a fobia pela procura por máscaras de grife, aquelas bonitas, chamativas, caras e que talvez nem cumpram sua real função, a de proteger. O segundo exemplo é sobre os que ainda clamam pelo tal “fique em casa”, mas vivem batendo perna tranquilamente por lugares interessantes (meninos eu vi, ninguém me disse). O terceiro exemplo é sobre a quantidade de aproveitadores e charlatães que surgem em momentos de crise e que ilustra bem a índole de certas pessoas. A moda atual são os que oferecem seus serviços (pagos evidentemente) para dar “apoio emocional” àqueles mais necessitados. Aí eu digo, se há hipocrisia e cara de pau para esses “pequenos” comportamentos, certamente haverá para aqueles maiores e, teoricamente, mais importantes. Oremos!
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