Reminiscências de um tempo bom
No interior a vida começa cedo e termina cedo. Ao nascer do sol, nascem também as atividades matinais diárias: lenha para o fogão, milho para as galinhas, lavagem para os porcos.
- Que tal uma pescaria no tanque do posto? Ou curtir a piscina do Ulalá C. Clube?
- Legal! E depois?
- Depois? Ah! A gente curte aquela comidinha joia da Da. Prudência.
- É mesmo?
- Uai, então não é! Canjiquinha, tutu, frango, samambaia, farinha de milho e mais outras coisas incríveis.
- E depois?
- Depois? Depois pinta um doce com ovos queimados que manda pra cucuia qualquer regime, xará.
- Nooosa! E de tarde?
- Ulalá de novo, amigo.
- Até que horas?
- Umas cinco, mais ou menos. Depois a gente desce e oh, mais comidinha típica pra dentro.
- E a noite, qual é a transa?
- Ah! Curte-se uma praça ou coreto arretado. A furiosa de vez em quando pinta.
- Furiosa?
- Bandinha xará, bandinha. Entra nessa que é uma.
- Só?
- Nunca. Saca tourada? É, tá em cima e é jogada.
- E se a angustiante apertar?
- Oh! Picolé do beijo em cima, meu amigo.
- Cineminha, pinta?
- Cine Mimi é o boi.
- E mina, amigo, pinta?
- Sempre e lindas.
- Pô, onde fica esse oásis?
- Interior, bicho, leste mineiro, saca?
Depois a gente dorme. No interior a vida termina cedo e começa cedo...